terça-feira, 25 de janeiro de 2011

WORKSHOP DE VERÃO: Transtornos do Espectro Autista

No próximo sábado nos reuniremos com profissionais da saúde na USP para discutir o autismo.

Nosso grupo, que vai ministrar o curso, é formado por profissionais de várias áreas da saúde (Psiquiatras da infância e adolescência, neuropediatras, psicólogas, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional) e nosso maior objetivo é, além de estudar e pesquisar os distúrbios do desenvolvimento (autismo, dificiencia intelectual, TDAH), atender esses pacientes dentro de um modelo diagnóstico descritivo, ou seja falar à esses pais qual o diagnóstico do seu filho, como chegamos a isso e o que fazer à partir daí.

A orientação familiar, o conhecimento da patologia e sua história natural, a adequação das expectativas familiares e dos próprios profissionais (da saúde e especialmente da educação) é um passo fundamental para melhorar a qualidade de vida dessas crianças e adolescentes e a primeira abordagem terapêutica.

O autismo não tem um tratamento medicamentoso específico, ou seja, não há um remédio que “cure” o autismo, porém abordagens psico-educacionais associada à medicação quando necessária, para minimizar alguns sintomas, levam a uma evolução satisfatória.

O profissional deve ter a responsabilidade e a coragem de dizer à família o que a criança tem e sem fazer previsões mirabolantes, dar uma expectativa de evoluções possíveis dentro de determinado tempo.

Algumas vezes, a família não está pronta para ouvir, ou não aceita essa realidade e tem todo o direito de buscar outras opiniões. A medicina não é uma ciência exata, cada paciente é único, portanto passar por outras avaliações é saudável, desde que se escolha o que fazer e não passe anos rodando de serviço em serviço à espera de uma resposta que se adeque às expectativas familiares.

Eu vou falar de terapia medicamentosa e semana que vem , posto para vocês um resumo da minha aula e abordo ainda, o prognóstico.

Ah, e o evento ainda terá um ótimo efeito secundário... Já está lotado e a inscrição é a doação de brinquedos para montarmos nossa brinquedoteca!!
Acessem o site
http://disturbiosdodesenvolvimento.yolasite.com e vejam informações sobre o curso de pais que começará no próximo mês.

Boa semana
Um abraço
Dra Alessandra

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Autismo: Vamos conhecer e entender melhor!!!

Situação muito frequente nos dias de hoje, creio eu, porque estamos diagnosticando mais e melhor, o autismo é uma subcategoria dos transtornos globais do desenvolvimento (TGD).

Os TGD são um grupo de situações clínicas caracterizadas por prejuízo na interação social, prejuízo na comunicação e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses, atividades.

O autismo é o transtorno de desenvolvimento mais conhecido, porém nesta categoria se encontram ainda a Síndrome de Asperger, o transtorno desintegrativo do desenvolvimento e a Síndrome de Rett.

Não pode ser definido simplesmente como uma forma de retardo mental, embora muitos quadros de autismo apresentem a deficiência intelectual associada ao quadro. A etiologia do autismo (sua causa) é variada, podendo ser causado por síndromes genéticas ou neurológicas ou não ter uma causa definida, quando é classificado como autismo primário.

Entre as etiologias mais frequentes do autismo, encontramos: Infecções intra-útero, como a rubéola e a toxoplasmose congenitas, a Síndrome de Willians, a Síndrome do X-frágil, a Esclerose tuberosa e algumas doenças metabólicas como a Fenilcetonúria.

Várias situações podem aparecer em comorbidade com o autismo, tais como a epilepsia, a deficiência intelectual, entre outros.

O diagnóstico é clínico baseado no DSM-IV cujos critérios estão listados à seguir:

A. Um total de seis (ou mais) itens de (1), (2), e (3), com pelo menos dois de (1), e um de cada de (2) e (3).

1. Marcante lesão na interação social, manifestada por pelo menos dois dos seguintes itens:
a. destacada diminuição no uso de comportamentos não-verbais múltiplos, tais como contato ocular, expressão facial, postura corporal e gestos para lidar com a interação social.
b. dificuldade em desenvolver relações de companheirismo apropriadas para o nível de comportamento.
c. falta de procura espontânea em dividir satisfações, interesses ou realizações com outras pessoas, por exemplo: dificuldades em mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse.
d. ausência de reciprocidade social ou emocional.

2. Marcante lesão na comunicação, manifestada por pelo menos um dos seguintes itens:
a. atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral, sem ocorrência de tentativas de compensação através de modos alternativos de comunicação, tais como gestos ou mímicas.
b. em indivíduos com fala normal, destacada diminuição da habilidade de iniciar ou manter uma conversa com outras pessoas.
c. ausência de ações variadas, espontâneas e imaginárias ou ações de imitação social apropriadas para o nível de desenvolvimento.

3. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo menos um dos seguintes itens:
a. obsessão por um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse que seja anormal tanto em intensidade quanto em foco.
b. fidelidade aparentemente inflexível a rotinas ou rituais não funcionais específicos.
c. hábitos motores estereotipados e repetitivos, por exemplo: agitação ou torção das mãos ou dedos, ou movimentos corporais complexos.
d. obsessão por partes de objetos.

B. Atraso ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início antes dos 3 anos de idade:
1. interação social.

2. linguagem usada na comunicação social.
3. ação simbólica ou imaginária.

C. O transtorno não é melhor classificado como transtorno de Rett ou doença degenerativa infantil.

O diagnóstico deve ser feito pelo médico especialista qualificado para tal e os exames complementares são recomendados para investigação etiológica e devem ser realizados à critério do médico.

Na próxima semana abordaremos o tratamento e o prognóstico do autismo.

Um abraço
Dra Alessandra

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

2011 – Um Ano Novo de Realizações

Feliz 2011 à todos. Como a grande otimista que sou, sempre acho que esse ano será melhor que o anterior, que tudo vai melhorar nem que seja um pouquinho e que nós seremos mais felizes.

E acho que esse é o ponto inicial para que tudo realmente de certo. Somos aquilo que sonhamos e queremos, colhemos os frutos daquilo que plantamos. Logo, se pensamos positivo e acreditamos verdadeiramente que o melhor vai contecer, ele acontece. Se investimos em nossa vida, em nossos filhos, sempre esperando o melhor, não a perfeição, ajustando nossa expectativa à realidade, então sim, o melhor acontece.

Se olhamos as conquistas com foco no que deu certo e não no que não deu certo, então sim, o melhor acontece.

Vamos portanto, fazer um 2011 melhor, com boas vibrações, agradecendo o que de bom acontece e trabalhando para que o que for ruim melhore. Foco, observação, paz interior, harmonia. Nós fazemos!!

E falando em fazer, iniciaremos o anos falando de autismo, mas eu espero que vocês que dividem comigo esse espaço, trocando idéias e histórias, compartilhando comigo suas vidas, mandem sugestões de assuntos que vocês querem que eu aborde no blog, e à medida do possível, dentro dos meus conhecimentos de alguém interessada em estudar, e dentro principalmente do meu curto tempo (rs), vamos com calma abordando os tópicos sugeridos.

Um abraço! Bem-vindo 2011!.
Dra Alessandra

Ansiedade na infância: por que nossas crianças sofrem com o amanhã?

Eu acho que a infância é, sem dúvidas, a melhor fase da vida. Onde tudo é lúdico e onde a vida ainda é mais diversão do que obrigação....