sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

MINHAS FLORES E NADA MAIS!

                                                        
Eu gosto muito de cuidar de plantas. Mexer na terra para mim é terapêutico. Reduz minha ansiedade, minha agitação. É um trabalho que me dá eixo e leveza. É realmente uma conexão com algo mais profundo.
Gosto de plantar o que como. Rúcula, alface, couve, tomate, temperos, tudo tem um gosto melhor quando sai das nossas mãos, quando vem acrescido do nosso amor e da nossa dedicação.
Os frutos são outra paixão. Ver e ouvir os pássaros que chegam ao quintal para compartilhar conosco jabuticabas e uvas é um presente da natureza. E a briga é boa. É só darmos bobeira e eles comem tudo antes da gente. É o belo ciclo da natureza.
Mas nada me dá mais prazer que minhas flores. Orquídeas e bromélias, que espalho pelo quintal, em árvores, vasos e no chão. Quase nunca compro. Às vezes ganho de presente, mas a maior parte, eu mesma tiro as mudas e vou replantando.
Minhas flores e eu temos uma relação de troca interessante. Eu cuido delas com amor e carinho e elas me retribuem enchendo minha casa de beleza e alegria. Bonito né? Elas tem nome e eu converso com elas sempre que vou ao quintal. Agradeço cada flor recebida e isso me faz muito bem.

Estou dividindo isso com vocês, porque várias vezes falo da necessidade de cuidarmos de nós mesmo, de ter um hobby, uma atividade que nos de prazer. Então hoje, divido com vocês as minhas flores, que representam esse momento em que mais que cuidar delas, estou cuidando de mim.
Se você também tem uma atividade que te dá esse prazer, divida comigo, se ainda não tem, que tal procurar? Pode ser algo simples. Tricotar, ler, escrever poemas que nunca ninguém vai ler. Não importa. O que vale é ter esse momento de prazer e se permitir vive-lo plenamente.
Espero que vocês gostem das minhas meninas e das lindas flores que elas me deram esse ano.
Um abraço
Dra. Alessandra

    
                   


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Vamos observar e estimular o desenvolvimento de nossas crianças!

Marcos importantes no Desenvolvimento Neuropsicomotor.

Todo bebê, seja ele prematuro ou com qualquer intercorrência perinatal (bebê de risco), ou seja ele um bebê sem qualquer problema ao nascimento deve ter seu desenvolvimento seguido de perto pelo pediatra e principalmente por seus pais.

A puericultura é como esse seguimento é realizado. São consultas mensais, onde o bebê é pesado, medido e seu perímetro cefálico (medida da cabeça) também é checada.

Bebês de risco, normalmente são seguidos também em programas de intervenção precoce, onde além da avaliação pediátrica de rotina há também a avaliação do neuropediatra e da equipe de reabilitação – fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional.

Seguem os achados mais importantes do desenvolvimento, porém é importante salientar dois aspectos: o primeiro é que na criança prematura, a idade de nascimento deve sempre ser corrigida. Por exemplo, um bebê de 6 meses que foi prematuro de 32 semanas, deve ser avaliado como um bebê de 4 meses, pois nasceu 8 semanas ou 2 meses antes do tempo.

O segundo aspecto diz respeito aos marcos propriamente ditos. Colocamos idades médias em que a aquisição da habilidade deve acontecer, mas há um tempo um pouco antes e um pouco depois onde essa aquisição ainda é considerada normal. Por exemplo, uma criança senta em média aos 6 meses, mas ela pode adquirir essa habilidade entre 5 e 7meses e meio.

É importante que os pais conheçam os tempos médios das aquisições motoras e cognitivas para observar eventuais atrasos e principalmente para estimular a criança adequadamente em cada fase da vida dela. 

Marcos:

·        1 a 3 meses: nesta fase o bebê começa a:

Fixar o olhar e acompanhar objetos --> coloque brinquedos grandes e com cores fortes para ele olhar;

Sustentar a cabeça: coloque o bebê de bruços para ele levantar a cabeça;

Converse bastante com ele, cante canções tranquilas, tenha contato físico com o bebê;

No terceiro para o quarto mês ele já agarra chocalho e ri para suas brincadeiras.

·        5 a 6 meses: ele agora vai se preparar para sentar:

Coloque o bebê sentado com apoio (almofadas, bebê conforto, carrinho)

Deixe de bruços com brinquedos na frente para ele segurar o tronco com os braços;

Ajude ele a rolar (passar de bruços para costas);

Compre brinquedos de levar a boca;

Brinque de esconder com ele e ensine ele a segurar a mamadeira.

·        8 a 9 meses:

Já imita sons de palavras. Fale palavras simples como "da", "pá";

Fica de pé se segurando. Brinque com ele de pé. Deixe-o livre no chão forrado para que se movimente.

·        9 a 10 meses:

Anda segurando nos moveis;

Pode ou não começar a engatinhar;

Começa a indicar o que quer;

Reconhece familiares.

·        11 meses a 1 ano e 3 meses

Começa a andar sem apoio. Pode cair algumas vezes e ate parar de andar por conta disso. Não se assuste e não o assuste com os tombos, sempre o estimule a recomeçar;

Brinque de jogar bola com ele;

Ensine-o a beber no copinho.

Brinque muito com seu bebê, conte histórias, cante músicas, massageie seu corpinho na hora do banho, olhe nos olhos. Todo bebê precisa desse vínculo de amor e proteção para se desenvolver saudável e feliz.

Um abraço

Dra Alessandra

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

UM DIA, UM ADEUS

Perder alguém que amamos é sempre triste, seja esse alguem uma pessoa ou mesmo um animal. Quantos de nós já não sofremos com a morte de um bichinho que era praticamente da familia?
Eu trabalho com crianças em situações clinicas muito graves, por isso não perco de vista que por mais que amemos um animal, ele não é uma criança, não é um filho ou um pai.

Mas toda esse constatação racional não elimina o sofrimento. Perdi uma cachorra ontem. De uma forma muito traumática. Eu que socorri e levei ao veterinário, onde tudo foi tentado, mas 12 horas depois de muito sofrimento, ela nos deixou. Partiu deixando um grande vazio, mas também algumas certezas. A maior delas é que ela foi e é muito amada.

Lembrando de seus momentos desde um filhotinho levado até a grande amiga que ela se tornou, acho que fomos muito felizes juntas. Ela cresceu livre, correndo pelo quintal, comendo bem, com todo amor, carinho e conforto que vejo muitas crianças serem privadas.

Nos entendiamos pelo olhar, reconheciamos por seu latido quando ela estava olhando um  avião ou amedrontada com um barulho. Isso é vinculo. Isso é amar. E mesmo sofrendo com sua partida, eu continuo com a certeza que ter um animal de estimação é um lindo e pleno exercício de amor. E sofrer faz parte da vida, faz parte do mundo. O mais importante é a consciência de que ela teve sempre a melhor parte de mim e eu a dela.

Agora, creio eu, que ela descansa naquele lugar lindo de paz, onde só os puros de coração entram. E lá, ela pode continuar correndo feliz, com suas grande orelhas apontando para o alto e seu porte atlético encantando a todos.

Adeus Kika!
Boa semana a todos

Dra Alessandra

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Uma conversa sobre prematuridade

Temos o conceito popular que a gestação dura nove meses e quem nasce antes é prematuro ou pré-termo. Na medicina a gestação é contada em semanas e dura de 38 a 42 semanas. Todo bebê que nasce antes de 37 semanas é assim considerado prematuro.

É um bebê que nasce imaturo e não totalmente formado e por conta disso merece uma atenção e cuidado especializados. A especialidade médica que cuida destas crianças é a neonatologia, pediatra especializado em recém-nascidos e que deve estar presente em toda sala de parto, independente se o bebê é ou não prematuro, para iniciar o suporte necessário imediatamente após o nascimento.

Segundo a idade gestacional, a prematuridade pode se classificar em:

·         Limítrofe: Aquele que nasce entre 37-38 semanas de gestação. Geralmente não apresenta grandes complicações;

·         Moderado: Entre 31 e 36 semanas

·         Extremo: Abaixo de 31 semanas

Quanto aos aspectos somáticos, os prematuros possuem pele fina, brilhante e rosada, podendo em alguns casos ver-se claramente as veias como uma rede, por vezes coberta de penugem fina (lanugo) e pouco cabelo. A cabeça é grande e desproporcional em relação ao resto do corpo, as orelhas finas e moles. Os reflexos são irregulares, incluindo o de sucção.

Os avanços tecnológicos nos cuidados neonatais têm proporcionado maior sobrevivência destes bebês prematuros, incluindo os prematuros extremos, com menos de 31 semanas de idade gestacional e/ou com peso menor do que 1.500g. Entretanto são crianças que apresentam alto risco para desvios de desenvolvimento e de sequelas neuromotoras e sensoriais.

As sequelas mais comuns nessa população são; atraso no desenvolvimento, distúrbios de aprendizagem e comportamento, encefalopatia crônica não evolutiva (ou paralisia cerebral), além de doença pulmonar crônica e perda auditiva. Estes achados vêm aumentando nos últimos anos, uma vez que atualmente, sobrevivem recém-nascidos de risco ainda maior do que no passado.  

Programas de Intervenção Precoce que avaliam e seguem esses bebês de risco, diagnosticando e intervindo precocemente, são cada vez mais comuns e extremamente necessários para esses pacientes tão especiais.

Semana que vem, continuaremos nesse assunto.

Boa semana. Sejam felizes.

Dra. Alessandra

sábado, 7 de janeiro de 2012

Poema de AMOR!

Vou iniciar o ano, antes dos posts técnicos, dividindo com vocês um lindo poema escrito pela minha inspirada mãe. Aproveitem!

Você caminha, eu não!
Você colhe uma rosa, eu não!
Você vai em busca dos seus sonhos
Eu espero que eles possam vir a mim.

Você olha os horizontes
Eu abaixo meu olhar
Na esperança que alguém busque comigo
Um brilho distante.

Você atinge seus objetivos
Eu espero atingir os meus,
Pois sei que em algum momento
Da sua vida, você vai lembrar
Que se estender sua mão
Nós vamos caminhar juntos.

E nesse caminho, eu poderei
Finalmente dizer que somos
Parceiros, que somos iguais
Porque nossas forças estarão unidas.

E eu me sentirei um
Vencedor. Porque alguém doou a mim
Um bem maior
O AMOR!


Um abraço
Dra Alessandra

Ansiedade na infância: por que nossas crianças sofrem com o amanhã?

Eu acho que a infância é, sem dúvidas, a melhor fase da vida. Onde tudo é lúdico e onde a vida ainda é mais diversão do que obrigação....