sábado, 19 de janeiro de 2013

Histórias que comovem

Eu escuto todos os dias muitas histórias, dos mais variados tipos e com os desfechos mais heterogêneos possíveis. Histórias de superação, de abandono, de negligência, de abuso. Algumas histórias tristes e outras felizes.

E comecei o ano ouvindo uma surpreendente história de amor e generosidade, snetimantos tão em falta nos dias de hoje, tão silenciados pelo egoísmo, pela inveja e pela violência.

A mãe de um paciente veio me procurar para contar que seu filho tinha falecido. Vocês já sabem a minha opinião sobre morrer na infância. Deveria ser proibido! Criança tem que viver, que florescer. A morte não deveria serpermitida nessa faixa etárias. Mas sabemos bem, que ela não poupa ninguém.

Um menino com uma condição neurológica não muito grave, que aos 9 anos tinha um atraso motor e cognitivo leves. Andava, corria, estudava e já estava alfabetizado.

Apresentou uma descompensação do seu quadro neurológico e naquela velha combinação que tão bem conhecemos no Brasil de escassez de recursos associados a negligência de um sistema de saúde à beira da falência, a criança evoluiu para morte encefálica.

E foi uma comovida mãe que me contou que a família optou por doar os órgãos desse menino, fazendo dessa grancde tragédia a salvação de várias crianças. Rins, coração, pâncreas, córneas. Um milagre, uma explosão de vida, vindo de um momento trágico.

Ela me deixou os medicamentos que ele usava, pois outras crianças podem estar precisando e uma foto dele sorridente e bonito como ela faz questão que ele seja lembrado, foto essa que foi usada numa camiseta por todos os colegas de escola durante seu enterro.

Quando ela saiu do meu consultório eu estava emocionada e admirada com tamanha generosidade, com tamanha luz e força interior. Da dor, fez-se vida. Do improvável, amor. Um ato para poucos. Fico honrada que tenhamos dividido isso.

Dias assim, embora tristes me fazem achar que ainda há um caminho para a humanidade.

Sejam felizes. E generosos!
Um abraço
Dra Alessandra

Ansiedade na infância: por que nossas crianças sofrem com o amanhã?

Eu acho que a infância é, sem dúvidas, a melhor fase da vida. Onde tudo é lúdico e onde a vida ainda é mais diversão do que obrigação....