terça-feira, 26 de maio de 2015

Vamos ao estudo! As novidades que vem por aí.

Os dois últimos finais de semana passei estudando. Vocês já sabem o quanto eu adoro estudar. Sou uma curiosa por natureza, ainda mais quando vejo no estudo uma possibilidade de cuidar cada vez melhor dos meus pequenos.

No dia 16 de maio, eu a neuropsicóloga Melanie Mendoza fomos a Campinas no simpósio Braincare (www.grupobraincare.com).

Colegas de profissão e parceiros, o evento foi organizado de forma muito competente e contou com palestras interessantíssimas, que abordaram o TDAH, os Transtornos do Espectro do Autismo, as Desordens do Processamento Auditivo Central, a Dislexia e especialmente, a reabilitação e as estratégias de ensino em situações especiais, assim como intervenções para memória e atenção.

Sempre saímos desses eventos cheias de ideias e motivadas a melhorar cada vez mais nossa abordagem.

E como dizia o subtítulo do evento, “o cérebro nunca para de nos encantar”.  Quanto mais estudamos, mais abrimos possibilidades de melhor intervir, estimular e dar às nossas crianças e adolescentes um futuro e um presente cheios de alegria.

Já no dia 23 de maio, participei de um fórum sobre Epilepsia. Confesso a vocês que esse assunto me encanta. É meu desafio diário entender esse processo tão complexo do nosso sistema nervoso. Controlar as crises, curar sempre que possível e dar aos pacientes com epilepsia uma vida normal, adaptada é uma luta diária.

E por conta disso nosso entendimento sobre essa condição vem cada vez mais se expandindo. Controlar as crises é o foco, mas pensar nas comorbidades, especialmente o TDAH, os transtornos do aprendizado e de linguagem abrem uma nova forma de abordar a epilepsia. Nessa direção, a pesquisa ativa de comorbidades e seu tratamento é uma parte fundamental do tratamento.

Métodos objetivos de diagnóstico como o CPT e a BRIEF que já usamos na clínica estão agora mais que indicados na avaliação completa da pessoa com epilepsia.

Enfim, trocar o descanso por tantas boas experiências, aprender coisas novas, validar outras que já usamos na nossa prática é o que me alimenta. Volto ao trabalho renovada e cheia de esperança de dias cada vez melhores para nossos pequenos, onde eles sejam sempre felizes.

Assim como vocês!
Um abraço
Dra. Alessandra


segunda-feira, 25 de maio de 2015

EXEMPLO É O MELHOR CONSELHO


Hoje vou dividir com vocês uma história pessoal. Não que eu vá virar uma blogueira fitness (Rsrs) mas quero compartilhar as mudanças que fiz na minha vida nesses últimos 6 meses.

Várias vezes já postei aqui a necessidade da gente se cuidar, ter um hobby, uma distração, algo que você goste de fazer, tirar um tempo para você.

Sei que quando a gente vira mãe, isso fica cada vez mais distante. São muitas demandas: filhos, casa, trabalho, tudo junto e misturado. Mas se não fizermos disso uma prioridade, nunca vamos ter tempo.

Há alguns anos decidi viver melhor, trabalhar menos, me adaptar a viver com menos, ter tempo para todas as refeições e ter uma vida mais saudável.

Mas fui me perdendo no caminho... Voltei a comer mal, no carro, sem regras ou horários e parei de me exercitar, sempre culpando a falta de tempo. E aí meus amigos, não há segredo. A combinação disso resulta em ganho de peso, desânimo e perda da saúde.

E comigo não foi diferente. Aumentei muito de peso, um cansaço físico eterno e várias dores, no joelho, no ombro, enfim era hora de dar um basta.

De novo, não há segredo. Disciplinei minha alimentação, tenho me exercitado pelo menos 5 dias na semana, nem que seja 30 minutos. Achei o que me faz bem, que é a variedade. Faço de tudo um pouco. Corro, danço, jogo tênis, faço treino funcional. Isso foi o que serviu para mim. O tempo continua escasso, a diferença é coloquei isso como parte importante da minha vida.

Então o “milagre” aconteceu. Foram 20kg eliminados em 6 meses. 

E a grande lição que tiro disso é que se disser para vocês que foram meses sofridos, estou mentindo. Ao contrário, foram meses muito felizes, de resgate de amor próprio, de bem estar comigo mesma. Meses em que parei de sentir dor, fiquei mais animada. Eu nunca fui vaidosa e agora uso até anel!

É claro que esteticamente eu mudei, mas a mudança interna de auto-cuidado e de saúde foram os maiores ganhos. Eu, que tanto cuido dos outros, agora cuido também de mim.

Vamos tentar? Olhar um pouco para nós mesmos. Não precisa ser uma dieta, não precisa virar atleta, mas vamos dedicar um tempo para olhar com carinho para essa pessoa tão importante que é você!

E seja feliz!

Um abraço

Dra. Alessandra

quarta-feira, 20 de maio de 2015

UM ANO DEPOIS

Vou compartilhar com vocês hoje o texto da Neuropsicóloga Melanie Mendoza sobre o primeiro ano de funcionamento da nossa clínica.

Um texto lindo, emocionante, especialmente para nós,  que estamos construindo com muito amor e dedicação um espaço fundamentado naquilo que acreditamos.

Esse ano passou rápido, como só passam os momentos felizes. 

Fomos, somos, estamos muito felizes. 

E cheios de ideias. E cheios de novidades!

Segue o texto:

Em abril a Clínica Vivere fez um ano de existência! A clínica surgiu da vontade de criar em consultório um ambiente em que os transtornos do desenvolvimento e da aprendizagem fossem tratados da maneira global e com uma forte integração entre os profissionais de diferentes áreas.

Antes da inauguração da Clínica Vivere, eu e a Dra. Alessandra atuamos em conjunto em serviço do terceiro setor e em pesquisa e atendimento na USP. Nestes lugares sempre debatíamos sobre as melhores abordagens disponíveis para cada paciente gerando um serviço de melhor qualidade e intelectualmente enriquecedor, mas tínhamos dificuldades de implementar este modelo na prática em consultório. 

A distância geográfica (eu moro nos Jardins em São Paulo, distante mais de 20 km da Granja Viana) não foi suficiente para que desistíssemos da ideia de um espaço multidisciplinar só com terapeutas qualificados em suas áreas, com sólida experiência em transtornos do desenvolvimento, com uma visão global do processo de maturação do ser humano e que conhecessem as atribuições das demais áreas do conhecimento.

Essa ideia deu certo e hoje cada paciente da clínica é discutido periodicamente entre a equipe que o acompanha. 

Nas discussões são definidos seus próximos objetivos e avaliadas as possibilidades terapêuticas disponíveis, além disso, os profissionais trocam informações sobre estratégias de intervenção enriquecendo os próximos atendimentos.

Quando é delineado um tratamento para nossos pequenos são definidos os objetivos imediatos e futuros – e qual a terapêutica que pode ser mais eficaz. Por exemplo, um paciente pode, por atraso no desenvolvimento, estar em acompanhamento em fonoaudiologia e reabilitação cognitiva (psicologia) durante as idades mais precoces. 

Posteriormente - na idade pré-escolar e após a alta da psicologia – ser planejada uma intervenção em terapia ocupacional com o intuito e melhorar o grafismo através do treino da coordenação motora fina.

Felizmente os desafios não param de surgir. Mais recentemente percebemos a demanda de grupos para crianças e atendimento para pais e responsáveis dentro do espaço da clinica - uma vez que muitos dos adultos já haviam criado um vínculo com o serviço.

Um ano depois podemos dizer que nos orgulhamos de estar nessa equipe e que temos um longo caminho a trilhar e muitos sonhos a realizar.

Um grande abraço,
Melanie Mendoza



quinta-feira, 7 de maio de 2015

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade pode ocorrer no adulto?


Falar do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em crianças já gera bastante dúvidas e surpreendentemente alguma polêmica. Hoje vamos explorar um campo ainda mais desconhecido, que é o TDAH no adulto.

A forma clínica da idade adulta do TDAH foi oficialmente reconhecida pela Associação Americana de Psiquiatria em 1980, por conta de sua publicação no DSM-III, persistindo seu diagnóstico nas edições subsequentes. A Classificação Internacional de Doenças (CID – 10) ainda não lista a forma adulta e seus critérios diagnósticos, embora estes já estejam bem estabelecidos como veremos no decorrer deste texto.

O diagnóstico de TDAH no adulto ainda é motivo de debates, visto que desde a sua descrição o TDAH tem sido definido como uma situação da infância.

Boa parte dessa dúvida se dá pelo fato dos sintomas de hiperatividade e impulsividade melhorarem na adolescência, dando a impressão de cura do transtorno após essa fase da vida.
Entretanto, estudos demonstraram que o TDAH persiste na vida adulta em torno de 60 a 70% dos casos e embora haja diferenças clinicas entre adultos e crianças, a tríade clássica de desatenção, hiperatividade e impulsividade persiste em intensidade e características diferentes, porém com impacto funcional e adaptativo também no adulto.

Há atualmente, inclusive, escalas específicas para a avaliação de TDAH em adulto, como a ARSR (Adult Self-Report Scale), uma escala auto aplicável para rastreio do transtorno e outros testes já utilizados no Brasil como o CPT (Continuous Performance Test), um teste computadorizado, padrão ouro para avaliação das funções executivas que vai dos 6 aos 80 anos. Para maiores informações sobre o CPT acesse http://www.vivereclinica.com/#!Diagnóstico-no-Transtorno-de-Déficit-de-Atenção-e-Hiperatividade/cpbq/54c2591d0cf2ad5dc6cd7015.

Outros recursos como a avaliação neuropsicológica também são bastante importantes no diagnóstico do transtorno nos adultos.

É importante salientar que muitos indivíduos podem ser diagnosticados na idade adulta e o impacto na vida da pessoa continua existindo mesmo depois de tantos anos convivendo com o transtorno. É muito comum na minha prática clínica realizar o diagnóstico do pai ou da mãe de uma criança após o diagnóstico do filho.

O tratamento tanto medicamentoso, quanto psicoterápico, seja com treino cognitivo, com o COGMED ou com terapia cognitivo comportamental ou seja na associação de intervenção terapêutica e medicamentosa melhora de forma impactante a vida do indivíduo com o TDAH e esse diagnóstico pode e deve ser realizado em qualquer idade.

Embora o TDAH seja um diagnóstico muito mais prevalente na infância, diagnosticar e tratar o adulto com o transtorno é fundamental para melhorar a qualidade de vida, a performance e a funcionalidade destes indivíduos.

Um abraço
Dra Alessandra


Leitura Recomendada:
Biederman J, Faraone SV. Attention-deficit hyperactivity disorder. Lancet. 2005;366(9481):237-48.
Faraone SV, Biederman J, Spencer T, Wilens T, Seidman LJ, Mick E, et al. Attention-deficit/hyperactivity disorder in adults: an overview. Biol Psychiatry. 2000;48(1):9-20.
MATTOS, Paulo et al. Painel brasileiro de especialistas sobre diagnóstico do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) em adultos. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul [online]. 2006, vol.28, n.1 [cited  2015-05-07], pp. 50-60 . Available from: . ISSN 0101-8108.  http://dx.doi.org/10.1590/S0101-81082006000100007.


Ansiedade na infância: por que nossas crianças sofrem com o amanhã?

Eu acho que a infância é, sem dúvidas, a melhor fase da vida. Onde tudo é lúdico e onde a vida ainda é mais diversão do que obrigação....