quarta-feira, 22 de março de 2017

As dificuldade no tratamento dos transtornos de aprendizagem na infância

Eu já comentei algumas vezes aqui no blog o quanto chamar a criança de preguiçosa me deixa entristecida. Crianças com dificuldades, especialmente escolares, tendem a se esquivar daquilo que não fazem bem. É mais fácil dizer “não quero” do que “não sei”.

Mas ainda vejo na minha prática clínica muito, mas MUITO preconceito no tratamento dos transtornos da aprendizagem. Volta e meia fica aquela pergunta no ar: “Mas doutora, se ele se esforçar um pouquinho mais, a coisa vai né!”

Então se adia a terapia de reabilitação, a medicação e consequentemente a boa evolução do caso. E aí meus amigos, “a coisa” não vai. Ninguém vai deixar de ser disléxico porque se esforçou mais. É a mesma coisa que você falar para uma pessoa com miopia tirar os óculos e se esforçar mais para enxergar melhor.

Essa semana eu revi dois pacientes fofos e queridos que a falta de tratamento levou a piora na evolução. Transtornos comórbidos como depressão e ansiedade se somam ao quadro de base por falta de uma intervenção mais adequada. Como eu sempre digo diagnóstico é ponto de partida. É abrir possibilidades de estimular potenciais para aproveitar as janelas de oportunidade do neurodesenvolvimento.

Respeitar os transtornos da aprendizagem, o transtorno do déficit de atenção, a deficiência intelectual, entre outros, como quadros reais, orgânicos e que independem da vontade da criança ou do adolescente é dar a eles a chance de uma vez conhecidas as dificuldades, trabalhar as habilidades e termos a melhor evolução possível.

Não é sempre necessário medicar, não é sempre necessário fazer terapia, mas quando indicamos esses tratamentos é baseado em conhecimento prático e acadêmico de que o tratamento vai melhorar a vida da criança e consequentemente da família.

E assim vamos entre vitórias (muitas, ainda bem) e algumas derrotas parciais tentando vencer o preconceito de se trabalhar com saúde mental.

Um abraço

Dra Alessandra

quarta-feira, 8 de março de 2017

EVENTOS VIVERE

Esse ano a clínica Vivere realizará 4 encontros de pais e profissionais da saúde e educação para conversar sobre nossas crianças. A nossa ideia é que além de temas relevantes, sejam discutidas as experiências pessoais de familiares e profissionais que lidam com crianças e adolescentes com algum transtorno do desenvolvimento.

O primeiro encontro desse ano acontecerá neste sábado, dia 11/03 das 10 as 12h no the Square (para maiores informações visite nossa página no facebook - www.facebook.com/clinicavivere).

Nesse evento abordaremos os Transtornos do Espectro do Autismo, seu diagnostico, suas bases neurobiológicas, os tratamentos existentes e nos aprofundaremos na terapia ABA - uma linha de terapia comportamental para reabilitação dessas crianças. 

Nossa ideia é ter uma breve exposição sobre os tópicos mencionados e depois partirmos para uma discussão sobre os modelos de reabilitação existentes, as principais dificuldades encontradas por profissionais da educação na inclusão escolar e a visão das famílias sobre o diagnostico, os ganhos do tratamento e as principais dificuldades encontradas nos aspectos sociais, familiares e escolar.

O próximo encontro também já tem data marcada e será no dia 20/05, quando conversaremos sobre TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Fique de olho no nosso site (www.vivereclinica.com), no nosso instagram (@vivereclinicagranjaviana) e na nossa página do facebook e venha trocar suas dificuldades, medos, acertos, enfim suas experiências conosco.

Um abraço

Dra Alessandra

Ansiedade na infância: por que nossas crianças sofrem com o amanhã?

Eu acho que a infância é, sem dúvidas, a melhor fase da vida. Onde tudo é lúdico e onde a vida ainda é mais diversão do que obrigação....