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quarta-feira, 24 de outubro de 2012
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
NESTE DIA DO MÉDICO, TEMOS MUITO A COMEMORAR! SERÁ?
Fiquei olhando meio
entristecida para o jornal e me perguntando se realmente temos motivos para
comemorar. Num país onde os planos de saúde pagam em média 20 ou 30 reais uma
consulta de um especialista que levou no mínimo 8 anos para se formar, entre
graduação e especialização, onde o serviço público paga pela hora trabalhada um
valor vergonhoso. Onde as pessoas morrem na fila esperando um exame ou uma
avaliação especializada. Desculpe, mas vou discordar do meu conselho, pois acho
que temos muito pouco a comemorar.
Eu adoro minha profissão.
Gosto mesmo. De verdade. Sem demagogias. Gosto de cuidar das pessoas, dessa
troca linda que é conhecer o outro, sua vida, suas histórias. Divido dores, multiplico
possibilidades, somo conhecimento. Ensino e aprendo na mesma proporção.
Nada me
emociona mais que uma criança epiléptica com suas crises controladas e se
desenvolvendo bem, ou um paciente encefalopata que adquiriu a marcha, não
importa a idade. Um deficiente incluído com sucesso no mercado de trabalho,
independente, produtivo.
Gosto de trabalhar em
equipe. Trocar com outros profissionais. Esses ainda mais mal remunerados que
nós médicos. E comecei falando na questão financeira, mas isso está longe de
ser nosso único problema. Carência de recursos, condições ruins de trabalho,
falta de equipe, falta de recursos simples, como uma pia para lavar as mãos
entre os atendimentos... E por aí vai.
Sei que sou tão realizada
na minha profissão porque fiz escolhas na minha carreira que me afastaram dessa
realidade mais cruel, mas nem por isso esqueço como foram os primeiros anos de
trabalho e como é a vida de vários colegas que se estressam perdendo vidas à
espera de uma vaga em UTI que nunca vem.
Muito se evoluiu na
medicina e muita coisa conquistamos, é verdade, mas essas conquistas ainda
estão longe da esmagadora maioria dos pacientes. E isso entristece qualquer
médico. Saber que poderíamos fazer mais pelo nosso paciente, mas não temos os
recursos necessários é uma dura realidade.
Embora pareça pessimista,
gosto de utilizar essas datas comemorativas para refletir sobre a situação
real. E a realidade tem menos glamour que a comemoração.
Entretanto sou uma grande
otimista. Acho que ainda podemos fazer boas escolhas e lutar pela dignidade de
uma profissão tão linda, embora desgastada. Uma profissão de amor, de
dedicação, de entrega. Não curo muito de meus pacientes, mas tenho certeza que
faço tudo que está ao meu alcance para melhorar a qualidade de vida deles, luto
pela dignidade e pela inserção das minhas crianças nas suas famílias, na
escola, na vida. E cada sorriso, cada vitória é de todos nós e supera toda a
dificuldade que enfrentamos diariamente. Só aumenta a motivação para lutar.
Para mudar essa realidade.
Finalizando, acho que
temos pouco a comemorar neste dia e muito trabalho a fazer. Um trabalho lindo,
mágico, especial. E as felicitações que eu receber amanhã, não serão somente minhas,
mas também de todas as pessoas que confiam a mim a vida do seu filho. Essas
pessoas são parte da minha vida hoje e sempre. Juntos nós fazemos de situações
dolorosas, um caminho de lutas e conquistas.
Feliz dia do médico! E
dos pacientes! Não somente hoje, mas todos os dias.
Um abraço
Dra Alessandra
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