Hoje vim
aqui falar de um assunto diferente, mas que ainda assim tem muito a ver com
saúde física e mental.
Em alguns
momentos já abordei aqui a necessidade de pais e cuidadores de pessoas com
deficiência terem um tempo para cuidar de si.
E uma
resposta que eu sempre ouço é: “Não tenho tempo”, “a vida é muito corrida”, “só
eu sei cuidar dele”. E assim, de desculpa em desculpa, vamos abrindo mão da
nossa saúde e principalmente da nossa vida.
Por isso
hoje vim contar a vocês uma história muito pessoal.
Eu adoro
correr! Comecei a correr por acaso. Vinha caminhando e resolvi sair correndo.
Simples assim! Sem treino, sem planejamento. Só correr. Fui me viciando nessa
endorfina que a corrida libera e me apaixonando pelas possibilidades da
corrida. A meta era correr os 10 km em menos de 1 hora. E consegui! Mas como
prêmio, machuquei o joelho.
Fui então
ao médico que disse que era bem simples, eu só teria que fortalecer a
musculatura. Sim! Para correr eu tinha que fazer musculação e me preparar. Fui
deixando pra lá. Parei de correr, e ganhei cerca de 20 kg nos 5 anos que se
seguiram. E aí começaram as dores. Dói a coluna, dói o joelho, dói o ombro, dói
o pé. Doía tanta coisa que era até difícil classificar.
Mas a coisa
mais gostosa da vida é que sempre é tempo de recomeçar. E um belo dia, eu
resolvi que queria voltar a ter aquele prazer e de quebra perder todo aquele
peso que não me pertencia.
Comecei a treinar minha musculatura, com treino
funcional e pilates, procurei um personal e uma nutricionista, perdi muito peso
e finalmente, depois de 10 meses, voltei a correr. Devagar fiz 5 km, depois 10
km e finalmente 16 km. Um misto de euforia e sensação de superação. Outros
desafios virão, com consciência e disciplina. Como uma escolha. Uma escolha que eu
faço todos os dias quando acordo as 5:30h da manhã para treinar. Bate uma
preguiça às vezes! Claro que sim. Mas eu penso: É pra mim. É a minha escolha.
Eu dedico uma hora do meu dia, praticamente todo dia, para mim. Porque eu
mereço. Porque todos nós merecemos.
E acredite,
um dia isso fica tão parte da sua rotina, tão parte de você, que a gente sente
muita falta quando não pode treinar.
Essa história
vem para que eu reafirme a vocês que é possível. É possível que no meio de
tantos afazeres, tantos compromissos, a gente possa se olhar, se cuidar e se
amar. Não precisa ser com um esporte, não precisa perder peso, mas é preciso um
autocuidado, um momento pra você.
A gente
cuida muito melhor do outro quando se cuida primeiro. A caridade começa de
dentro para fora. Seja caridoso e cuidadoso com você. E principalmente, seja
feliz!
Um abraço
Dra
Alessandra
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