Esta semana, quero comentar a experiência do nosso grupo de intervenção precoce, que carinhosamente apelidamos de grupo de “bebês”.
Ele é composto por bebês que nasceram no Hospital de Cotia e que apresentaram alguma intercorrência durante o parto ou logo após, como prematuridade, falta de oxigênio ao nascer (Anóxia Neonatal), convulsão ao nascimento ou meningite neste período e que vem para um seguimento de rotina com a equipe do centro de reabilitação.
Eles passam em avaliações mensais ou bimestrais de acordo com a necessidade e orientamos desde exercícios de estimulação motora e alimentar, até a compra de brinquedos, músicas e passeios externos. Quando observamos alguma alteração no desenvolvimento, a criança é precocemente encaminhada à reabilitação.
A equipe conta comigo como médica, com uma fisioterapeuta, uma terapeuta ocupacional, uma fonoaudióloga e ao final das consultas (em torno do primeiro ano de vida), realizamos uma avaliação e orientação inicial da odontologia.
O grupo é pareado por idade cronológica (ou seja, de nascimento), e vemos no máximo cinco crianças por atendimento.
Hoje foi um dia inusitado, pois vimos duas situações distintas em que o grupo mostra sua validade e importância. Duas meninas que nasceram com 15 dias de diferença e ambas com peso abaixo de 1kg.
A maiorzinha, que está com 10 meses, é umas das nossas menores crianças, foi uma prematura extrema e nasceu com cerca de 600g. Está com 10 meses (7 meses de idade corrigida) e muito, muito fofa, com exame normal para a idade corrigida, esperta, sorridente. Uma família ótima e uma mãe que seguiu todas as orientações de estimulação.
A outra, com 9 meses, vem apresentando uma evolução ruim, com atraso importante (foi um caso mais grave, que teve sangramento na cabeça e hidrocefalia, necessitando de cirurgia), mas percebido desde sua chegada ao grupo com 4 meses. Já está em reabilitação e vem evoluindo lentamente, embora de forma consistente.
Tenho certeza que essa seria uma criança que chegaria a um centro de reabilitação por volta dos seus 2 ou 3 anos de idade, com um atraso imenso e um tempo precioso perdido.
E como criança é tudo de bom, as duas como boas “amigas de infância”, brincaram juntas, sorriram e dentro de suas possibilidades interagiram de forma plena. E na saída, a pequerrucha nos brindou com um “tchau” recém aprendido e ainda meio desengonçado, que levou à mãe às lágrimas, pois realmente são pequenas guerreiras desde sempre!!
Um abraço
Dra Alessandra
Dra Alessandra
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