Nós já
conversamos sobre paralisia cerebral (PC) ou encefalopatia crônica não
evolutiva num dos primeiros posts do blog. Hoje vamos falar um pouco sobre
tratamento.
Só para
relembrar, vamos novamente definir o que é a PC. Trata-se do
resultado de um dano cerebral, que ocorre nos primeiros 2 anos de vida, no
cérebro em desenvolvimento.
Esta agressão ao cérebro leva à inabilidade,
dificuldade ou o descontrole de músculos e de certos movimentos do corpo, ou seja,
é uma alteração primariamente motora.
Várias situações clínicas podem
acompanhar a PC, tais como epilepsia, deficiência intelectual, visual ou
auditiva, alterações ortopédicas, disfagia, alterações sensoriais e
dificuldades no aprendizado.
O
tratamento de PC é realizado através da terapia de reabilitação, com equipe
multidisciplinar que deve ter fisioterapeuta, fonoaudiólogo (linguagem e
disfagia), terapeuta ocupacional e psicoterapeuta.
Do ponto de vista médico, a abordagem é de suporte, usando medicamento para espasticidade, quando
necessário ou para as comorbidades que ocorrem, como a epilepsia.
A
fisioterapia motora realiza a estimulação do controle motor grosso, visando a
aquisição dos marcos motores, como sentar, engatinhar e andar. Eventualmente há
ainda, a necessidade da fisioterapia respiratória, para reduzir os eventos
pulmonares, como a pneumonia.
A
fonoaudiologia atua em duas frentes (linguagem e disfagia). Disfagia, que é a
dificuldade de deglutição e alimentação é uma das situações clínicas mais
frequentes e a fono vai auxiliar na introdução da dieta, nas mudanças de consistências
e no processo alimentar como um todo.
A terapia ocupacional
(TO) trabalha o controle motor fino, visando independência funcional nas
atividades de vida diárias e de vida prática, além do recurso da integração
sensorial, que melhora a percepção das entradas táteis, auditivas, visuais e
gustativas.
A
psicoterapia realiza a estimulação cognitiva, o seguimento das dificuldades de
aprendizado, além do suporte familiar e emocional.
Outras
terapias como equoterapia, musicoterapia, arteterapia podem ser indicadas
dependendo da avaliação clínica e também ajudam sobremaneira no processo de
reabilitação.
Uma dúvida
muito frequente é: “Meu filho precisa fazer tudo isso ao mesmo tempo?”
Não
necessariamente! Por isso é importante uma avaliação individualizada e seriada
e o trabalho coeso da equipe com objetivos bem definidos em cada especialidade.
Por exemplo: num primeiro momento, a criança que tem o atraso predominantemente
motor pode precisar mais de fisio e TO e posteriormente, receber alta da fisio
e ficar só com a TO ou com a fono.
O mais
importante de tudo isso é a gente entender que a criança com paralisia cerebral
é cheia de possibilidades e que a reabilitação, especialmente precoce, vai dar
a ela todas as chances de um futuro independente e bem adaptado.
Um abraço
Dra
Alessandra
Nossas especialidades: Neurologia infantil e do
adolescente, neuropsicologia, terapia cognitivo comportamental, terapia ABA,
fonoaudiologia – linguagem e disfagia, fisioterapia motora, fisioterapia
aquática, pilates solo, RPG, terapia ocupacional (integração sensorial),
musicoterapia, acupuntura e nutrição.
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