O termo função executiva (FE) descreve um conjunto de habilidades
cognitivas que controlam e regulam outras habilidades e comportamentos. Incluem
a capacidade de iniciar e parar as ações, monitorar e mudar o comportamento
quando necessário e planejar o futuro.
O dicionário da International Neuropsychological Society define funções
executivas como "as habilidades cognitivas necessárias para realizar
comportamentos complexos dirigidos para determinado objetivo e a capacidade
adaptativa as diversas demandas e mudanças ambientais".
Na avaliação neuropsicológica, a denominação FE é utilizada para
designar uma ampla variedade de funções cognitivas que implicam: atenção,
concentração, seletividade de estímulos, capacidade de abstração, planejamento,
flexibilidade de controle mental, autocontrole e memória operacional.
As FEs estão entre os aspectos mais complexos da cognição, pois envolvem
seleção de informações, integração de informações atuais com outras previamente
memorizadas, planejamento e flexibilidade cognitiva.
De acordo com Lezak e cols. (Lezak MD,
Howieson DB, Loring DW. Neuropsychological assessment. 4th ed. New
York: Oxford University Press; 2004.), as
FEs podem ser divididas em quatro subconjuntos: 1) Volição, 2) Planejamento, 3)
Ação intencional e 4) Desempenho efetivo.
A volição é a capacidade de estabelecer objetivos, é a motivação.
O planejamento é a capacidade de organizar e prever ações para atingir
um objetivo. A habilidade de planejar requer capacidade para tomar decisões,
desenvolver estratégias, estabelecer prioridades e controlar impulsos. A ação
intencional é a efetivação de um objetivo e planejamento, gerando uma ação
produtiva. O desempenho efetivo é a capacidade de auto-monitorar e
auto-regular a intensidade, o ritmo e outros aspectos qualitativos do
comportamento e da ação, ou seja, é um controle funcional.
A alteração das FEs é chamada de síndrome disexecutiva ou disfunção executiva
e é caracterizada pela incapacidade das FEs em processar e elaborar ações
adaptadas. Essa disfunção pode se apresentar como uma ou várias dificuldades
práticas que impactam o cotidiano, como comprometimento da atenção sustentada,
dificuldade em iniciar tarefas, empobrecimento da estimativa de tempo,
dificuldade de alternar de uma tarefa para outra ou lidar concomitantemente com
distintas tarefas que variam em grau de relevância e prioridade, déficit no
controle de impulsos e impaciência, problemas de planejamento, distração, pouco
insight, inquietação, agressividade, problemas de sequência cronológica,
problemas de inibição de resposta e labilidade motivacional.
As alterações das FEs estão na fisiopatologia de diversas situações
clínicas, que geram impacto primário ou secundário no aprendizado, tais como o
transtorno do espectro do autismo e o transtorno do déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH).
Conhecer o desenvolvimento do Sistema Nervoso Central é fundamental para
o entendimento de patologias que o
comprometam. E esse entendimento abre perspectivas, para, baseado no exame
clínico e em testes padronizados estabelecer diagnósticos ou suspeita diagnóstica
precocemente.
Um abraço
Dra Alessandra
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