quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Entendendo um pouco mais o tratamento dos Transtornos do Espectro do Autismo

Embora seja praticamente carnaval, tempo de festa e diversão, vamos tratar de um assunto muito sério, o autismo. Chamado agora de transtornos do espectro autista (TEA), essa condição é bastante frequente e seu diagnóstico  vem aumentando nos dias atuais. É preciso pensar no diagnóstico e se possível, fechá-lo o mais cedo possível.

Entretanto os estudos atuais evidenciam que crianças com atraso na fala e na sociabilização devem ser tratadas e estimuladas por equipe experiente, independente do diagnóstico. Aproveitar esse tempo importante que chamamos “janela de oportunidade”, fará toda a diferença no futuro desses pequenos.

Uma vez fechado o diagnóstico de TEA, como tratá-lo? Tem cura? Qual o remédio? Quem trata? Essas são perguntas extremamente frequentes na minha rotina.
O tratamento dos TEA requer um manejo psicossocial, com abordagem multidisciplinar. Essa abordagem prevê:

¨ Reabilitação multidisciplinar;
¨ Intervenções farmacológicas, quando necessário.

É importante salientar que, a abordagem farmacológica (remédio), realizada pelo médico, não substitui de forma alguma a abordagem da reabilitação (terapia comportamental, terapia ocupacional e fonoterapia), esse sim o verdadeiro tratamento. Embora não falemos em cura ainda, falamos em adaptação, com uma vida muito próxima ao normal, dependendo especialmente do potencial cognitivo da criança e do investimento familiar.

Quanto a terapia medicamentosa, embora não haja remédio específico para o autismo muito se pode colaborar com medicamentos nos quadros do espectro autista. Essa indicação deve ser avaliada e prescrita pelo médico especialista, neuropediatra ou psiquiatra de infância.

Além dos déficits sociais e cognitivos específicos do transtorno, os problemas de comportamento são uma grande preocupação, já que representam as dificuldades que mais frequentemente interferem na integração de crianças autistas dentro da família e da escola, e de adolescentes e adultos na comunidade.

Neste contexto, os medicamentos serão úteis no controle de alguns sintomas do TEA, chamados sintomas-alvo e de algumas comorbidades como a epilepsia e os transtornos do sono.

Os principais sintomas que podem requerer uma abordagem farmacológica são as estereotipias, a agressividade, a irritabilidade e a agitação psicomotora.

A decisão de medicar ou não esses sintomas dependerá do impacto destes na vida da criança ou do adolescente.

Medicamentos como os anti-depressivos, os anti-psicóticos e até mesmo os anti-epilépticos são os mais utilizados.

A epilepsia quando presente deve ser tratada da mesma forma que quando aparece sem o TEA, porém, às vezes podemos escolher a medicação já visando melhorar outros sintomas ou realizar associações que ajudem em vários aspectos do quadro, para introduzir o mínimo possível de medicamentos.

Reconhecer o transtorno, investir na criança, medicar quando necessário, estimular sempre. Esse é o caminho para nossos meninos serem produtivos, integrados à sociedade e, claro, felizes.

Boa semana e bom feriado.
Um abraço

Dra Alessandra

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Conversa agradável



Hoje realizamos o primeiro evento do ano na Clínica Vivere. Um bate papo com pais e profissionais sobre autismo.

Um momento agradável de troca de experiências, um bom café da manhã, o clima gostoso da Granja e do The Square. 

Reunimos pais de pequenos com diagnóstico ou  suspeita de TEA - Transtorno do Espectro do Autismo e falamos sobre os problemas, as expectativas, as boas descobertas, as evoluções, as dificuldades e as alegrias. 

Discutimos profundamente a necessidade e a importância da intervenção ou da estimulação precoce. 

Compartilhamos esperança e entendemos juntos as possibilidades.

Foi um momento rico e muito interessante que pretendemos repetir em breve.

E queremos saber a sua opinião: o que é mais interessante discutir? O papel de cada especialidade na terapia multi? Escola regular ou escola especial? O que faz cada profissional (TO, fisio, fono, psico, terapeuta ABA) na terapia da criança com atraso no desenvolvimento ou com autismo?

Dê sua opinião! Participe conosco desse caminho difícil e lindo que é o do seguimento e tratamento da criança com TEA.

Seja bem vindo às nossas discussões!

Um abraço 
Dra Alessandra

Ansiedade na infância: por que nossas crianças sofrem com o amanhã?

Eu acho que a infância é, sem dúvidas, a melhor fase da vida. Onde tudo é lúdico e onde a vida ainda é mais diversão do que obrigação....