O desenvolvimento infantil, especialmente nos primeiros anos de vida, é
um importante preditor do resto de nossas vidas. Acompanhar, conhecer e
estimular os marcos normais é fundamental.
E embora os aspectos motores sejam mais fáceis de acompanhar, marcos
relacionados a sociabilidade e a fala também devem ser observados.
Transtornos como o autismo podem ter como quadro inicial o atraso na
fala. No Brasil, a surdez profunda ou severa tem seu diagnóstico realizado muito
tardiamente. Essas situações podem ser melhor abordadas quando o diagnóstico e
principalmente a intervenção são realizados precocemente.
Vamos então conhecer os principais marcos no desenvolvimento da fala e da
socialização:
Até um mês de
idade:
•
Olha para o rosto das pessoas que o observam.
•
Ao ouvir uma voz chamando-o,reage de algum modo:
mudando o ritmo da respiração ou
abrindo mais os olhos e demonstrando “atenção, ou rodando a cabeça para um dos
lados como se quisesse localizar a fonte do som”.
Três meses:
•
Sorri reativamente,
•
Ao ouvir uma voz, fica atento.
Quatro meses
•
Sons guturais(“ANGU”)
• Seis meses
•
Inicia sons vocálicos: “AAAAAA”
•
Localiza som (molho de chaves), na altura dos ouvidos.
Nove meses
•
Lalação: “BAA BAA BAA” “TAA TA TA” MA-MA”.
•
Localiza som ao lado e acima da cabeça (até 13
meses).
•
Recusa aproximação de pessoas estranhas.
Doze meses
· Lalação:“Mama”“Papa”“Dada”
Dezoito meses
•
Primeiras palavras-frases: “Dá”
•
Brinca imitando (telefone no ouvido, tenta rabiscar).
•
Aponta para o que quer.
Dois anos
•
Combina 2 palavras
•
Associa idéias: aperta o interruptor e olha para a lâmpada.
Aponta para a bolsa, por. ex., da mãe e diz
“mamãe”.
•
Imita trabalhos caseiros.
•
Aponta para partes do corpo.
•
Três anos
•
Frases gramaticais.( EU)
•
Diz o próprio nome completo.
•
Gagueira fisiológica.
•
Brinca de faz-de-conta.
Quatro anos
• Frases completas. Ainda troca letras; ou suprime as letras (sapato por
pato).
• Usa plural.
É claro que essas são noções gerais e em caso de dúvida, deve-se procurar
primeiro o pediatra da criança e o neuro ou o fonoaudiólogo em casos mais específicos.
Outros profissionais como o otorrino, caso haja indicação médica também podem auxiliar
no diagnóstico.
Um abraço
Dra Alessandra
Fonte: Exame Neurológico em Crianças
– Carolina R. Funayama. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.