quinta-feira, 30 de abril de 2015

Você sabe o que é Função Executiva?

O termo função executiva (FE) descreve um conjunto de habilidades cognitivas que controlam e regulam outras habilidades e comportamentos. Incluem a capacidade de iniciar e parar as ações, monitorar e mudar o comportamento quando necessário e planejar o futuro.

O dicionário da International Neuropsychological Society define funções executivas como "as habilidades cognitivas necessárias para realizar comportamentos complexos dirigidos para determinado objetivo e a capacidade adaptativa as diversas demandas e mudanças ambientais".

Na avaliação neuropsicológica, a denominação FE é utilizada para designar uma ampla variedade de funções cognitivas que implicam: atenção, concentração, seletividade de estímulos, capacidade de abstração, planejamento, flexibilidade de controle mental, autocontrole e memória operacional.

As FEs estão entre os aspectos mais complexos da cognição, pois envolvem seleção de informações, integração de informações atuais com outras previamente memorizadas, planejamento e flexibilidade cognitiva.

De acordo com Lezak e cols. (Lezak MD, Howieson DB, Loring DW. Neuropsychological assessment. 4th ed. New York: Oxford University Press; 2004.), as FEs podem ser divididas em quatro subconjuntos: 1) Volição, 2) Planejamento, 3) Ação intencional e 4) Desempenho efetivo.

A volição é a capacidade de estabelecer objetivos, é a motivação. O planejamento é a capacidade de organizar e prever ações para atingir um objetivo. A habilidade de planejar requer capacidade para tomar decisões, desenvolver estratégias, estabelecer prioridades e controlar impulsos. A ação intencional é a efetivação de um objetivo e planejamento, gerando uma ação produtiva. O desempenho efetivo é a capacidade de auto-monitorar e auto-regular a intensidade, o ritmo e outros aspectos qualitativos do comportamento e da ação, ou seja, é um controle funcional.

A alteração das FEs é chamada de síndrome disexecutiva ou disfunção executiva e é caracterizada pela incapacidade das FEs em processar e elaborar ações adaptadas. Essa disfunção pode se apresentar como uma ou várias dificuldades práticas que impactam o cotidiano, como comprometimento da atenção sustentada, dificuldade em iniciar tarefas, empobrecimento da estimativa de tempo, dificuldade de alternar de uma tarefa para outra ou lidar concomitantemente com distintas tarefas que variam em grau de relevância e prioridade, déficit no controle de impulsos e impaciência, problemas de planejamento, distração, pouco insight, inquietação, agressividade, problemas de sequência cronológica, problemas de inibição de resposta e labilidade motivacional.

As alterações das FEs estão na fisiopatologia de diversas situações clínicas, que geram impacto primário ou secundário no aprendizado, tais como o transtorno do espectro do autismo e o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).


Conhecer o desenvolvimento do Sistema Nervoso Central é fundamental para o entendimento de patologias que  o comprometam. E esse entendimento abre perspectivas, para, baseado no exame clínico e em testes padronizados estabelecer diagnósticos ou suspeita diagnóstica precocemente.

Um abraço
Dra Alessandra

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Você sabe o que é Cogmed?

Cogmed é um treino de reabilitação cognitiva, de última geração, agora disponível na Clínica Vivere.

O treino é intensivo, computadorizado, realizado em domicílio, sob supervisão de um tutor, que deve ser um profissional certificado.

Na Clínica Vivere, a Neuropsicóloga Melanie Mendoza realizou a certificação e oferece mais essa alternativa terapêutica para seus atendidos.

Indicada para situações como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), as disfunções executivas e outras condições clínicas onde haja prejuízo da memória e da atenção.



Saiba mais em: http://media.wix.com/ugd/643b93_7d6bf52415e84885b710203b074231c4.pdf

A arte da Reabilitação Cognitiva

Reabilitar é uma arte. Vários profissionais envolvidos, família, escola, enfim, toda uma equipe olhando para o mesmo objetivo: melhorar a funcionalidade de pessoas com alguma disfunção, física ou cognitiva.

Neste contexto, semana passada participei de um Workshop muito interessante sobre treino cognitivo. 

Nos últimos anos, a neuropsicologia e a reabilitação cognitiva vem ganhando espaço na reabilitação.

Realizar uma avaliação completa e profunda, que destaque não somente os déficits mas principalmente as habilidades, penso eu, é a grande contribuição da neuropsicologia no campo da reabilitação.

E uma vez tendo o diagnóstico, as dificuldades e as  potencialidades deste indivíduo é hora de reabilitar.

Traçar o melhor plano terapêutico, incluindo ou não o uso de medicação, é o momento mais importante da abordagem. Por isso hoje insistimos no tratamento multidisciplinar, com uma equipe afinada, que trace junto os objetivos e que caminhe no mesmo rumo.

Um dos principais pontos abordados no workshop foi a frequência da reabilitação e a participação tanto da família, quanto do paciente, se envolvendo, ajudando, se mantendo motivado e dando continuidade ao treinamento em domicilio.

É extremamente importante, especialmente nos primeiros meses de reabilitação ou mesmo de habilitação quando falamos de crianças menores, que haja uma maior frequência de tratamento, que vai diminuindo à medida que o indivíduo vai melhorando. Essa frequencia, que vai ser estabelecida pela equipe, junto com o paciente e sua família, é fundamental para que o cérebro se adapte e se modifique com o estímulo. Assim que nosso cérebro aprende!

O material é bonito, a estimulação é extremamente lúdica, com jogos e brincadeiras e assim vamos treinando memória, praxias, atenção, linguagem, enfim todos os pontos necessários.

As principais indicações do treino cognitivo são: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), Transtornos do Aprendizado (como dislexia, discalculia), quadros demenciais (como Alzheimer), quadros ansiosos, Epilepsias, entre outros.

Vou finalizar esse texto com uma frase de uma das melhores neuropsicólogas do país, a Prof. Cândida Helena Pires de Camargo que disse: “Um ambiente rico em estímulos é um dos principais nutrientes para o cérebro se desenvolver”.

Vamos, então, estimular nossas crianças e idosos!

Um abraço

Dra Alessandra

Ansiedade na infância: por que nossas crianças sofrem com o amanhã?

Eu acho que a infância é, sem dúvidas, a melhor fase da vida. Onde tudo é lúdico e onde a vida ainda é mais diversão do que obrigação....