domingo, 17 de novembro de 2013

SIMPÓSIO DE PARALISIA CEREBRAL



A paralisia cerebral (PC) foi descrita por William Little em 1860, como uma desordem que acometia crianças nos primeiros anos de vida, causando espasticidade (rigidez) dos músculos dos membros inferiores e em menor grau dos superiores. Estas crianças apresentavam dificuldade em segurar objetos, em engatinhar e em andar. Elas não melhoravam nem pioravam com o tempo. Esta condição que foi denominada como doença de Little por muitos anos, é agora conhecida como uma das formas de paralisia cerebral, a diplegia espástica.

O diagnóstico precoce e o tratamento contínuo, instituído precocemente, são fatores de maior importância para a boa evolução. Para isso, é fundamental uma boa equipe de neonatologia treinada para reconhecer fatores de risco, a presença do neuropediatra de retaguarda para avaliação desses casos e a realização de exames complementares de forma rápida e acessível.

Baseada nessas premissas, semana passada compareci no evento que realizamos na câmara dos vereadores de SP sobre PC. Além de dar uma palestra, participei da organização do programa do simpósio e da realização de uma cartilha para diagnóstico precoce da PC, escrevendo um capítulo.

O evento foi muito interessante e produtivo. Não vou conseguir esgotar todos os pontos que quero discutir com vocês em um único post, por isso vou escolher hoje um tópico  de extrema importância que é a assinatura do Decreto que instituiu o dia 07 de novembro como dia municipal da Paralisia Cerebral.

Esse decreto foi assinado durante o evento e embora vocês já saibam que não curto muito dia disso ou daquilo, nesse caso é diferente. Estabelecer dia para se pensar em determinadas situações clínicas, tais como o Autismo, a Síndrome de Down e a Paralisia Cerebral é fundamental. Falar sobre  o assunto, cobrar políticas públicas de assistência, estudar, melhorar a vida dessas pessoas.

Esse foi um primeiro passo, de outros maiores que com certeza virão. Vem caminhar com a gente!

E seja feliz!

Abraços
Dra Alessandra



domingo, 3 de novembro de 2013

NOVEMBRO, CHEIO DE VIDA... E DE COMPROMISSOS


Vamos chegando ao final de mais um ano, mas ainda temos fôlego para o estudo.

A maior parte dos congressos na minha área ocorrem no segundo semestre, então esse mês estou cheia de compromissos.

Já fui no brasileiro de psiquiatria, e embora não seja psiquiatra, a interface da neuro com essa especialidade é muito sutil por isso acabo tendo muitos pacientes com situações psiquiátricas que preciso conhecer.

Terei ainda esse mês um congresso de tratamento da dor e o brasileiro de neurologia infantil. E chega né? Até porque preciso trabalhar, então tenho que triar bem os congressos que faço.

Vou animada, até porque adoro estudar, mas sei que boa parte dos conhecimentos que verei nesses eventos nem tão cedo chegarão na minha realidade e dos meus pacientes. É algo dúbio, pois saber o que dá para fazer é ótimo, mas saber que dá para fazer mais e o sistema não coopera é meio frustrante.

Palestras interessantes, convidados de alto padrão são sempre a expectativa. E na medida do possível vou contando à vocês as novidades.

Outra coisa interessante neste mês é o nosso evento sobre paralisia cerebral. Participem! Foi feito com muito carinho e muita seriedade para todas as pessoas envolvidas com o tema.

E que venha novembro! Trazendo novidades e muito trabalho!

E muita felicidade!

Um  abraço

Dra Alessandra

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Curte lá!

domingo, 29 de setembro de 2013

GENTE NO RUMO!



Vou compartilhar com vocês um experiência linda que estou vivendo. Meio que por acaso, como são as boas surpresas da vida, conheci um projeto sensacional, que me encantou na hora. Gente de bem, fazendo o bem e trazendo funcionalidade e autonomia, além de felicidade a adolescentes com deficiência.

Trata-se do projeto Remo meu Rumo! Uma ideia fantástica, que o casal Patrícia Moreno e Ricardo Macéa estão desenvolvendo na Raia olímpica da USP.

E foi num  belo sábado de sol, com a paisagem da USP no entorno que tive a emoção de ver um jovem com deficiência remar pela primeira vez na água (o treinamento começa com o remo dentro de uma espécie de tanque, sem sair do lugar).

O nervosismo inicial deu lugar a uma experiência de prazer e superação. Coisa que só o esporte proporciona. E ele remou várias e várias vezes, sorrindo, curtindo, se divertindo e ao mesmo tempo, melhorando sua coordenação, sua consciência corporal, seu equilíbrio. Lindo de se ver.

O Instituto acabou de nascer, mas já segue trazendo felicidade e frutos nobres. E o caminho ainda está só começando.

Curtam a página no facebook – Instituto Remo meu Rumo! E aguardem o site em breve!

E sejam felizes!Um abraçoDra Alessandra 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

DIAGNÓSTICO NO AUTISMO


Embora já tenhamos abordado esse assunto em posts anteriores, vou voltar a falar do autismo, especialmente do seu diagnóstico.

Com a nova classificação psiquiátrica (DSM 5), que saiu em maio desse ano, todas as situações que antes eram classificadas como transtorno invasivo do desenvolvimento (TID), autismo e síndrome de Asperger, passaram a ser denominadas TEA – transtorno do Espectro do Autismo, um continuum de situações clínicas que tem em comum a dificuldade de socialização e comunicação e os comportamentos estereotipados.

Os quadros variam em intensidade e gravidade e podem estar associados a outras situações como a deficiência intelectual e a epilepsia.

O diagnóstico do autismo é clínico, baseado em critérios diagnósticos. E esse é o ponto que quero salientar com vocês.

Quando falamos que um diagnóstico é clínico, significa que não há exames que  o confirmem. Pode-se até realizar alguns exames se o médico achar necessário para descartar outras situações, mas o fato desses exames serem normais não invalida o diagnóstico.

Eletrencefalograma, ressonância, tomografia, cariótipo e outros exames normais, não significam que a criança não é autista.

O diagnóstico deve ser feito pelo médico especialista qualificado para tal e preferencialmente junto com uma equipe interdisciplinar. Os exames complementares são recomendados para investigação etiológica e só devem ser realizados à critério do médico.

Vários fatores vão interferir na evolução desta criança e tudo isso deve ser avaliado durante o processo diagnóstico.

A presença, o entendimento e especialmente o envolvimento familiar são essenciais para a melhor evolução. Quanto mais os pais e familiares souberem a respeito do TEA, seguirem as orientações e investirem tempo e dedicação nesse processo, tanto melhor para a criança.

Um abraço
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Dra Alessandra

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

QUEBRANDO PEDRAS, PLANTANDO FLORES

Hoje vou contar a vocês um história muito bonita de amor e vínculo, dessas que nos tiram uns minutos das dificuldades da vida e nos roubam um sorriso.

Esse bebê é uma mocinha com um quadro muito grave, uma guerreira que já nasceu com muitos problemas. Apresenta uma sequela neurológica importante, associada a deficiência visual e auditiva e se alimenta desde o berçário por uma sonda na barriga, chamada gastrostomia.

A mãe, é claro, ainda está se acostumando com toda essa rotina, com todas essas dificuldades  e se adaptando a esse bebê diferente do que ela esperava.

Mas segue lutando com muito amor e dignidade. Atenta as orientações da equipe segue cada dica com uma precisão cirúrgica e graças ao esforço dela e a competência da profissional que a atende, a pequena já come umas colheradas pela boca.

E essa é a parte bonita da história. A mãe a alimenta com um carinho, um orgulho, com a plena consciência da vitória que isso significa. E fala, conversa, olha nos olhos, mantém contato. Um afeto quase palpável e a menina, mesmo  com toda a dificuldade sensorial, vira o rosto para a mãe e sorri.

Isso é vínculo. Esse é o vínculo! Que emociona e que faz a equipe se orgulhar. E dividir isso entre profissionais como um prêmio à todo estudo, todo esforço, toda a dedicação.

E assim vamos quebrando pedras e plantando flores como dizia Cora Coralina. Vibrando e torcendo. Comemorando pequenas e grandes vitórias. E sendo felizes! Sejam vocês também!

Um abraço


Dra Alessandra

Ansiedade na infância: por que nossas crianças sofrem com o amanhã?

Eu acho que a infância é, sem dúvidas, a melhor fase da vida. Onde tudo é lúdico e onde a vida ainda é mais diversão do que obrigação....