quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Estimulação Precoce: por que iniciar a intervenção cedo é tão importante?


Na medicina a gestação é contada em semanas e dura de 38 a 42 semanas (os famosos 9 meses, são as 40 semanas de gestação).  Todo bebê que nasce antes de 37 semanas, é então considerado prematuro ou pré termo. Entre 37 e 38 semanas, chamamos de limítrofe.
Muitas são as complicações que podem ocorrer no nascimento prematuro, entretanto com a melhora do suporte gestacional e neonatal, boa parte destas situações pode ser evitada ou tratada precocemente.
Entretanto devemos ter em mente que esse é um bebê que nasceu imaturo e não totalmente formado e por conta disso merece uma atenção e um cuidado especializados.
Embora os avanços tecnológicos nos cuidados neonatais proporcionem maior sobrevivência de bebês prematuros, incluindo os prematuros extremos, com menos de 31 semanas de idade gestacional e/ou com peso menor do que 1.500g, esses pequenos apresentam risco para alterações do desenvolvimento e para sequelas neuromotoras e sensoriais, tais como paralisia cerebral, transtorno do espectro do autismo e até mesmo transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

As sequelas mais comuns nessa população são; atraso no desenvolvimento neuro-psico-motor, distúrbios de aprendizagem e comportamento, encefalopatia crônica não evolutiva (ou paralisia cerebral), além de doença pulmonar crônica e perda auditiva. Estes achados vêm aumentando nos últimos anos, uma vez que atualmente, sobrevivem recém-nascidos de risco ainda maior do que no passado. 
Todo bebê, seja ele prematuro ou com qualquer intercorrência perinatal, ou seja ele um bebê sem qualquer problema ao nascimento deve ter seu desenvolvimento seguido de perto pelo pediatra e principalmente por seus pais. A puericultura é como esse seguimento é realizado no campo da saúde. São consultas mensais, onde o bebê é pesado, medido e seu perímetro cefálico (medida da cabeça) também é checado.
Programas de Estimulação Precoce são programas multidisciplinares que avaliam e seguem bebês com intercorrências ao nascimento, tais como prematuridade, Asfixia (ou Anóxia) Neonatal, que é a falta de oxigênio ao nascimento, meningite no período neonatal, entre outros, diagnosticando e intervindo precocemente. Nestes programas, além da avaliação pediátrica de rotina, há também a avaliação do neuropediatra e da equipe de reabilitação – fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicólogo.
Cada vez mais comuns e extremamente necessários para esses pacientes tão especiais, esses programas vem se tornando mandatórios no nosso país. Seguir de perto o desenvolvimento de uma criança, iniciando uma intervenção quando alguma alteração é observada pode mudar o prognóstico funcional deste bebê, evitando atrasos maiores, deformidades e outras situações mais difíceis de corrigir tardiamente. O nosso maior objetivo é sempre termos crianças saudáveis e felizes!
Um Abraço
Dra Alessandra

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Setembro e suas possibilidades


Setembro foi um mês de muito trabalho e muitas novidades interessantes na Clínica Vivere. Mas vocês já sabem, muito trabalho e muita novidade significam menos tempo para o blog.
No início do mês, como relatei no post anterior, participei do Congresso Brasileiro da ABENEPI.  Muita informação, muita troca de experiência e sempre a parte boa de rever os amigos.
Na sequencia, proferimos (eu e a neuropsicóloga Melanie Mendoza) uma palestra para pais e responsáveis de crianças surdas que frequentam o Instituto Adhara, em Cotia. Uma manhã muito rica de troca de experiências e dúvidas. Aprendemos muito sobre a cultura surda e a dificuldade de inclusão nos serviços médicos e na avaliação destas pessoas.
E para fechar o mês, nossa neuropsicóloga Melanie viajou até Santa Catarina a convite da AMA Brusque para participar do II Jornada de Atualização em TEA (Transtornos do Espectro do Autismo).  
Além desses eventos, solidificamos na clínica o projeto de estimulação multiprofissional para crianças com TEA. A equipe formada por mim, pela neuropsicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e três terapeutas ABA tem se reunido intensamente, discutindo casos, planejando estratégias de abordagem e avaliando resultados. A intervenção precoce e intensiva em crianças com TEA vem se mostrando a melhor abordagem terapêutica e nossa experiência com nossos mais de 20 pequenos com esse diagnóstico nos anima a trabalhar cada dia mais.
A terapia ABA (manejo comportamental realizado por psicólogo especializado) ocorre na casa da criança e as outras terapias na clínica. Semestralmente realizamos a reavaliação neurológica e neuropsicológica e a avaliação dos objetivos propostos, além de traçar novos objetivos.
E assim trabalhando muito, estudando muito, aprendendo e trocando muito setembro passou. Que outubro seja tão produtivo e tão estimulante quanto setembro e que eu consiga estar mais próxima de vocês aqui do blog.
Em caso de dúvidas, podem perguntar por aqui, mas caso eu demore a responder, por favor enviem e-mail para contato@vivereclinica.com ou visitem nosso site: www.vivereclinica.com
Um abraço
Dra Alessandra

Ansiedade na infância: por que nossas crianças sofrem com o amanhã?

Eu acho que a infância é, sem dúvidas, a melhor fase da vida. Onde tudo é lúdico e onde a vida ainda é mais diversão do que obrigação....