domingo, 23 de outubro de 2011

COMPARTILHANDO O AMOR!


Essa semana, vou publicar o texto de uma amiga muito querida. Mãe prestimosa, profissional competente, escritora inspirada e um ser humano do bem. Aproveitem! Boa semana!
Dra Alessandra

Quem ensina amar?

Muito comumente as crianças narram cenas de violência, de conflitos escolares ou sociais, de desentendimentos. Neste momento de escuta raramente os pais se lembram de ensinar os filhos a conviver e mais raramente ainda se lembram de ensinar os filhos a amar.

Primeiramente vêm as questões pessoais, os egos insultados e a superprotecão. Qual o pai que diante de uma narrativa do filho de quem apanhou de um colega consegue questionar com ele qual era o cenário, o que havia acontecido anteriormente, o que poderia ter desencadeado tal atitude agressiva e, portanto errada?

O mundo prega a competição desenfreada, a busca pelos primeiros e melhores lugares, o “não levar desaforo para casa”. Diante desse cenário, cabe aos educadores, pais, professores, adultos ensinarem o diálogo, a conciliação, o esclarecimento, o aprendizado pelo erro e pelos limites.

Entretanto, alguns pais perdem ricas oportunidades educativas pois são nos momentos de conflito que a aprendizagem de convivência se faz presente.
Será que um pai que incentiva o filho a revidar um gesto agressivo de um colega está ciente do que está provocando na vida do filho? Será que quando um pai orienta ao filho não tolerar uma provocação está ciente de que está ensinando o filho não tolerar a vida conjugal, por exemplo, já que a vida a dois suscita dialogo, compreensão, conciliação e perdão?

Será que quando uma mãe diz a uma filha não aceitar desaforos está ciente de que está ensinando a filha a não tolerar um futuro filho adolescente no seu comportamento onipotente?

Sonhamos com filhos tolerantes, educados, conciliadores, gentis, mas nem sempre o educamos para agirem assim. Vivemos em um contexto competitivo, frio e às vezes até desumano e condenamos tudo isso. Porém, quando o assunto são nossos filhos, salvem-se quem puder porque estamos formando pequenos tiranos.

Alguns pais parecem que momentaneamente se esquecem de seus próprios valores em nome de um amor a um filho. O filho tudo pode e nada suporta. O filho não pode ser frustrado. Tal postura é preocupante!

Orientemos nossos pequenos pela ética, pelo diálogo, pelos limites jamais pela violência, pela vingança, pelo ódio. Amar também pode ser aprendido em um mundo que permite o desamor.

Todos nós pais, precisamos repensar nossas atitudes e nossos ensinamentos, afinal, quem vai educar para o amor? Quem ensinará nossos filhos a amar? Quem é responsável pela continuação de nossa humanidade? Nós, nós pais, nós adultos, nós educadores, formadores de gente que torcemos serem além de gente, humanos!
Ensinemos, então, o amor!

Adriane Albuquerque Cirelli
adrianepsicoped@terra.com.br

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