quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

AES 2016 - Melhores momentos


Conforme prometido, segue um breve resumo das palestras que assisti no Congresso Americano de Epilepsia.

Epilepsia é fundamentalmente  uma doença  de conectividade e entender essas conexões e suas características é o grande desafio da epileptologia atual.

Já no primeiro dia foi apresentada a nova classificação pela Liga Internacional Contra e Epilepsia (ILAE), um trabalho ainda em aberto, que visa facilitar a comunicação entre médicos e entre esses e seus pacientes. Essa classificação é importante porque baseamos nossa proposta de tratamento de acordo com o diagnostico, logo, quanto mais apurado for esse diagnostico, melhor nosso plano terapêutico.

Outro aspecto interessante da nova classificação é reduzir o impacto desta notícia para pacientes e familiares, bem como discutir possíveis estratégias terapêuticas e as possíveis evoluções do caso.

Quando o assunto é investigação e tratamento, o congresso é sempre um pouco frustrante. Ainda estamos muito longe (especialmente na saúde pública) das oportunidades de investigação e tratamento. 

O tratamento da epilepsia tem sido cada vez mais precoce, agressivo (no sentido de ações rápidas e bem indicadas) e preocupado com o neurodesenvolvimento e com as comorbidades encontradas.

Muitos medicamentos ainda não estão disponíveis no Brasil. A grande vantagem dessas novas drogas é a redução dos efeitos colaterais e maior eficácia terapêutica.

Quanto aos exames complementares, muita coisa interessante está sendo desenvolvida, como ressonância magnética funcional, eletroencefalograma associado a ressonância funcional, testes genéticos e  metabólicos, porém todo esse arsenal ainda se encontra muito longe da nossa realidade.

Na minha opinião, o ponto principal no tratamento  atual da epilepsia é pensar em toda extensão do indivíduo, em sua qualidade de vida, nas comorbidades cognitivas que podem ocorrer e focar o tratamento de uma forma mais abrangente, pensando em qualidade de vida e não somente em controle das crises. 

Por outro lado, a epilepsia refratária ainda é um grande desafio para todos e merece toda nossa atenção e esforço.

Volto sempre renovada e cheia de ideias após esses encontros, mas também um pouco apreensiva do quanto ainda temos que evoluir no nosso país para oferecer uma medicina de ponta à todos. Entretanto, como sou uma pessoa sempre otimista, prefiro olhar esses pontos fortes e focar meus recursos no trabalho para a cura ou controle da epilepsia e principalmente, na felicidade das minhas crianças.

Um abraço
Dra Alessandra

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