terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Paralisia Cerebral e Tecnologia: adaptações simples podem melhorar muito a vida.



Também chamada Encefalopatia Crônica Não Evolutiva, a paralisia cerebral (PC) é uma desordem que acomete crianças nos primeiros anos de vida, causando espasticidade (rigidez) dos músculos e dificuldade nos movimentos. Pode vir acompanhada de outras situações, como deficiência intelectual, visual e epilepsia.

Grandes avanços foram obtidos em relação à PC nos últimos anos, tanto no diagnóstico, quanto na prevenção e no manejo da situação. 

A tecnologia moderna permitiu melhoria das técnicas diagnósticas, como os exames de imagem e análise da marcha. Certas condições responsáveis pela PC como a rubéola e a hiperbilirrubinemia (icterícia ou amarelão) podem ser prevenidas e tratadas. 

A associação de fisioterapia, terapia psicológica e comportamental, terapia ocupacional, novas medicações, técnicas cirúrgicas modernas e aparatos assistivos, podem ajudar a melhorar a vida destes pacientes, no sentido de levarem uma vida o mais independente e produtiva possível.

E é sobre isso que venho conversar hoje. Os avanços na área da saúde, especialmente na tecnologia voltada à saúde foram muito evidentes nos últimos tempos. Hoje, mais que reduzir a mortalidade e a morbidade, a medicina procura melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Dispositivos de posicionamento, como órteses, que previnem deformidades, cadeiras adaptadas que melhoram a postura e evitam desvios de coluna que podem requerer cirurgia, são hoje parte importante do arsenal terapêutico da PC.

As órteses de posicionamento, também conhecidas como “goteiras” (quando usadas nos membros inferiores), são dispositivos para suporte de músculos com importante redução de força ou movimento. Previnem incapacidades e deformidades, melhorando a ação do membro acometido.

Dei o exemplo das órteses, mas toda tecnologia deve ser buscada para auxiliar a pessoa com deficiencia. Vejo casos na prática clínica, que após prescritas as adaptações, a família não procura fazer ou mesmo quando faz, não usa, pois incomoda a criança.

Sei que é duro usar um dispositivo, às vezes incomoda mesmo, a criança reclama, não quer usar, mas quando fazemos uma prescrição é olhando um bem maior, especialmente para prevenir complicações mais graves no futuro.

Outras vezes, modificações simples, de baixo custo, como um rolo de EVA para posicionar a mão pode melhorar uma função de forma significativa. Basta ter criatividade.

Por isso, converse sempre com a equipe que acompanha a criança, busque informações e invista realmente em todas as possibilidades de melhorar a independência e a qualidade de vida do seu filho.

O diagnóstico precoce e o tratamento contínuo, instituído o mais cedo possível associado à aceitação da criança com deficiência como um indivíduo capaz e cheio de possibilidades proporciona a estes pequenos uma vida plena e produtiva tanto física quanto emocionalmente. E, claro, sejam felizes!

Um abraço
Dra Alessandra


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