quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Redes sociais e redes de apoio


Eu gosto muito das redes sociais. Facebook, instagram, twitter e por aí vai. Tenho todas e gosto da conexão que elas fazem entre as pessoas. Claro  que nada substitui o olho no olho e um bom encontro com amigos. Mas para quem o tempo vai passando, amigos vão se distanciando fisicamente, essa é uma forma de “rever” as pessoas queridas.

Reencontrei amigos de infância, professores do antigo primário, alunos antigos, pacientes, familiares que não via há tempos, enfim, uma gama de pessoas que quero bem e das quais estou fisicamente distante.

Mas a minha maior surpresa passeando pelas redes sociais foi encontrar grupos de suporte para as mais diversas situações. Participo de vários. De pessoas com deficiência, de pais de crianças com deficiência. Paralisia cerebral, autismo, síndrome de Down, epilepsia, doenças raras, síndrome de Angelman, vários grupos de suporte para familiares que passam por situações com as quais convivo todos os dias.

Esses grupos nascem de forma despretensiosa e acabam sendo parte importante da vida das pessoas. 

Um lugar livre, onde você pode desabafar, encontrar um ombro amigo, repartir dúvidas e medos. Saber que outros estão no mesmo barco dá uma saudável sensação de pertencimento. Lá se compartilham as dores, mas também as vitórias, com uma generosidade que só a dificuldade gera. Torcemos uns pelos outros de coração aberto.

Hoje seu filho melhorou, amanhã com certeza, será o meu. Essa troca, essa entrega, essa união é o que há de melhor na espécie humana. É o que faz pessoas melhores.

Em alguns momentos até ajudo com minha experiência de médica, mas sei que na maioria das vezes, o que faço é acolher e ter esperança junto com as pessoas. Às vezes só torcendo, outras só rezando.

Se você está nesse caminho, se seu filho tem alguma condição neurológica, não fique sozinho. Procure um grupo. Compartilhe, some, divida. A vida fica bem mais leve quando caminhamos juntos.


Um abraço 
Dra Alessandra

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