A palavra “autismo”
deriva do grego “autos”, que significa “voltar-se para si mesmo”. A primeira pessoa a utilizá-la foi o
psiquiatra austríaco Eugen Bleuler em 1911. A palavra autismo referia-se a um
quadro de “ensimesmar-se”, tornando-se alheio ao mundo social – fechando-se em
seu mundo.
Em 1943 o psiquiatra
infantil norte americano Leo Kanner estudou com mais atenção 11 pacientes e observou neles o autismo como a
característica mais marcante e usou a expressão “Distúrbio Autístico do Contato
Afetivo” para descrever o quadro, que se caracterizava por isolamento extremo, comportamento obsessivo e estereotipias.
O autismo e as condições relacionadas ao
espectro do autismo são condições crônicas, cujas manifestações comportamentais
incluem déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões
repetitivos e estereotipados de comportamento e um repertório restrito de
interesses e atividades. De acordo com a classificação vigente desde 2013, o
DSM – 5, os transtornos antes classificados como Autismo infantil, Transtorno
Invasivo do Desenvolvimento e Síndrome de Asperger, passaram a ser denominados
Transtornos do Espectro do Autismo (TEA).
A epidemiologia dos TEA corresponde
a aproximadamente 1 caso em cada 80 a 100 crianças, predominando no sexo
masculino. Essa prevalência vem aumentando nas últimas décadas, especialmente
pela realização de diagnósticos mais precoces e mais acurados, associada a uma melhor e mais
ampla definição dos critérios diagnósticos.
O diagnóstico dos TEA é baseado
principalmente no quadro clínico do paciente, não havendo ainda um marcador
biológico que o caracterize, ou seja não há exame complementar que confirme ou afaste o diagnóstico.
Essa avaliação diagnóstica
deve ser preferencialmente realizada por uma equipe multidisciplinar, composta
pelo médico neuropediatra ou psiquiatra da infância, neuropsicólogo,
fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional, que vão além de dar o diagnóstico,
montar o melhor plano terapêutico para a criança.
Hoje ainda não se pode
prevenir o autismo, mas o diagnóstico precoce e uma intervenção comportamental
intensiva são capazes de melhorar os resultados funcionais de muitas crianças.
Um abraço
Dra Alessandra
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Dúvidas, sugestões, comentários? Me escreva!!!