quinta-feira, 17 de abril de 2014

Transtornos do Espectro do Autismo

Vamos novamente tecer algumas considerações sobre essa situação frequente, abordando principalmente seu conceito e a nova classificação.

A palavra “autismo” deriva do grego “autos”, que significa “voltar-se para si mesmo”.  A primeira pessoa a utilizá-la foi o psiquiatra austríaco Eugen Bleuler em 1911. A palavra autismo referia-se a um quadro de “ensimesmar-se”, tornando-se alheio ao mundo social – fechando-se em seu mundo.
Em 1943 o psiquiatra infantil norte americano Leo Kanner estudou com mais atenção 11 pacientes  e observou neles o autismo como a característica mais marcante e usou a expressão “Distúrbio Autístico do Contato Afetivo” para descrever o quadro, que se caracterizava por isolamento extremo, comportamento obsessivo e estereotipias.
 O autismo e as condições relacionadas ao espectro do autismo são condições crônicas, cujas manifestações comportamentais incluem déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões repetitivos e estereotipados de comportamento e um repertório restrito de interesses e atividades. De acordo com a classificação vigente desde 2013, o DSM – 5, os transtornos antes classificados como Autismo infantil, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento e Síndrome de Asperger, passaram a ser denominados Transtornos do Espectro do Autismo (TEA).
A epidemiologia dos TEA corresponde a aproximadamente 1 caso em cada 80 a 100 crianças, predominando no sexo masculino. Essa prevalência vem aumentando nas últimas décadas, especialmente pela realização de diagnósticos mais precoces e mais acurados, associada a uma melhor e mais ampla definição dos critérios diagnósticos.
O diagnóstico dos TEA é baseado principalmente no quadro clínico do paciente, não havendo ainda um marcador biológico que o caracterize, ou seja não há exame complementar que confirme ou afaste o diagnóstico.
Essa avaliação diagnóstica deve ser preferencialmente realizada por uma equipe multidisciplinar, composta pelo médico neuropediatra ou psiquiatra da infância, neuropsicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional, que vão além de dar o diagnóstico, montar o melhor plano terapêutico para a criança.

Hoje ainda não se pode prevenir o autismo, mas o diagnóstico precoce e uma intervenção comportamental intensiva são capazes de melhorar os resultados funcionais de muitas crianças.

Um abraço

Dra Alessandra

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