terça-feira, 26 de julho de 2016

A equipe de reabilitação na Paralisia Cerebral

Nós já conversamos sobre paralisia cerebral (PC) ou encefalopatia crônica não evolutiva num dos primeiros posts do blog. Hoje vamos falar um pouco sobre tratamento.

Só para relembrar, vamos novamente definir o que é a PC. Trata-se do resultado de um dano cerebral, que ocorre nos primeiros 2 anos de vida, no cérebro em desenvolvimento. 

Esta agressão ao cérebro leva à inabilidade, dificuldade ou o descontrole de músculos e de certos movimentos do corpo, ou seja, é uma alteração primariamente motora. 

Várias situações clínicas podem acompanhar a PC, tais como epilepsia, deficiência intelectual, visual ou auditiva, alterações ortopédicas, disfagia, alterações sensoriais e dificuldades no aprendizado.

O tratamento de PC é realizado através da terapia de reabilitação, com equipe multidisciplinar que deve ter fisioterapeuta, fonoaudiólogo (linguagem e disfagia), terapeuta ocupacional e psicoterapeuta.

Do ponto de vista médico, a abordagem é de suporte, usando medicamento para espasticidade, quando necessário ou para as comorbidades que ocorrem, como a epilepsia.

A fisioterapia motora realiza a estimulação do controle motor grosso, visando a aquisição dos marcos motores, como sentar, engatinhar e andar. Eventualmente há ainda, a necessidade da fisioterapia respiratória, para reduzir os eventos pulmonares, como a pneumonia.

A fonoaudiologia atua em duas frentes (linguagem e disfagia). Disfagia, que é a dificuldade de deglutição e alimentação é uma das situações clínicas mais frequentes e a fono vai auxiliar na introdução da dieta, nas mudanças de consistências e no processo alimentar como um todo.

A terapia ocupacional (TO) trabalha o controle motor fino, visando independência funcional nas atividades de vida diárias e de vida prática, além do recurso da integração sensorial, que melhora a percepção das entradas táteis, auditivas, visuais e gustativas.

A psicoterapia realiza a estimulação cognitiva, o seguimento das dificuldades de aprendizado, além do suporte familiar e emocional.

Outras terapias como equoterapia, musicoterapia, arteterapia podem ser indicadas dependendo da avaliação clínica e também ajudam sobremaneira no processo de reabilitação.

Uma dúvida muito frequente é: “Meu filho precisa fazer tudo isso ao mesmo tempo?

Não necessariamente! Por isso é importante uma avaliação individualizada e seriada e o trabalho coeso da equipe com objetivos bem definidos em cada especialidade. Por exemplo: num primeiro momento, a criança que tem o atraso predominantemente motor pode precisar mais de fisio e TO e posteriormente, receber alta da fisio e ficar só com a TO ou com a fono.

O mais importante de tudo isso é a gente entender que a criança com paralisia cerebral é cheia de possibilidades e que a reabilitação, especialmente precoce, vai dar a ela todas as chances de um futuro independente e bem adaptado.

Um abraço
Dra Alessandra


Nossas especialidades: Neurologia infantil e do adolescente, neuropsicologia, terapia cognitivo comportamental, terapia ABA, fonoaudiologia – linguagem e disfagia, fisioterapia motora, fisioterapia aquática, pilates solo, RPG, terapia ocupacional (integração sensorial), musicoterapia, acupuntura e nutrição. 

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