sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A dor da perda

Criança não tem que morrer! É anti-natural. Nos preparamos (mal e porcamente, diga-se)para a perda de nossos antecessores, mas perder um filho é algo em que ninguém pensa.

Esse post é mais um desabafo das minhas dúvidas existenciais, que compartilho com vocês. Coisas que infelizmente permeiam meu dia a dia, ainda bem que com uma frequencia baixa, e com as quais temos que aprender a conviver.

Essa semana um paciente meu faleceu. Um menino fofo que conhecia há 6 ou 7 anos, quase da família!! Morreu...de catapora!!! Como pode? Uma bobagem. Logo ele, um menino tão forte, que passou por tantas. Vários quadros pulmonares, internações, várias vezes achamos que poderia ser fatal, mas dessa... Coisas da vida.

Uma criança encefalopata, com um quadro motor importante, que comia por uma sonda na barriga chamada gastrostomia desde o nascimento, mas que tinha um bom contato. Conhecia sua família, sua rotina. Um sorriso cativante. Um menino amado por sua família e muito, muito bem cuidado. Sempre cheiroso e bem arrumado.

Eu vejo tantas crianças mal cuidadas, crianças que as famílias prefeririam a sua morte, mas estão lá firmes. Esses são os mistéros da vida. E como diz o ditado: “Deus sabe o que faz e a gente não sabe o que diz!”

Mas eu prefiro pensar que criança é luz e embora no velório eu não tivesse o que falar para a mãe, porque nada que a gente fale faz sentido, eu creio que ele veio cumprir sua missão e foi brihar em outras paragens. Não vi o corpo, pois prefiro lembrar de seu sorriso nas brincadeiras, de seus sons tentado se comunicar, de sua luta a cada dia por mais um dia. Criança não morre, vira estrela. E nós, continuamos aprendendo com elas.

Um abraço
Dra Alessandra

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