quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Uma conversa sobre prematuridade

Temos o conceito popular que a gestação dura nove meses e quem nasce antes é prematuro ou pré-termo. Na medicina a gestação é contada em semanas e dura de 38 a 42 semanas. Todo bebê que nasce antes de 37 semanas é assim considerado prematuro.

É um bebê que nasce imaturo e não totalmente formado e por conta disso merece uma atenção e cuidado especializados. A especialidade médica que cuida destas crianças é a neonatologia, pediatra especializado em recém-nascidos e que deve estar presente em toda sala de parto, independente se o bebê é ou não prematuro, para iniciar o suporte necessário imediatamente após o nascimento.

Segundo a idade gestacional, a prematuridade pode se classificar em:

·         Limítrofe: Aquele que nasce entre 37-38 semanas de gestação. Geralmente não apresenta grandes complicações;

·         Moderado: Entre 31 e 36 semanas

·         Extremo: Abaixo de 31 semanas

Quanto aos aspectos somáticos, os prematuros possuem pele fina, brilhante e rosada, podendo em alguns casos ver-se claramente as veias como uma rede, por vezes coberta de penugem fina (lanugo) e pouco cabelo. A cabeça é grande e desproporcional em relação ao resto do corpo, as orelhas finas e moles. Os reflexos são irregulares, incluindo o de sucção.

Os avanços tecnológicos nos cuidados neonatais têm proporcionado maior sobrevivência destes bebês prematuros, incluindo os prematuros extremos, com menos de 31 semanas de idade gestacional e/ou com peso menor do que 1.500g. Entretanto são crianças que apresentam alto risco para desvios de desenvolvimento e de sequelas neuromotoras e sensoriais.

As sequelas mais comuns nessa população são; atraso no desenvolvimento, distúrbios de aprendizagem e comportamento, encefalopatia crônica não evolutiva (ou paralisia cerebral), além de doença pulmonar crônica e perda auditiva. Estes achados vêm aumentando nos últimos anos, uma vez que atualmente, sobrevivem recém-nascidos de risco ainda maior do que no passado.  

Programas de Intervenção Precoce que avaliam e seguem esses bebês de risco, diagnosticando e intervindo precocemente, são cada vez mais comuns e extremamente necessários para esses pacientes tão especiais.

Semana que vem, continuaremos nesse assunto.

Boa semana. Sejam felizes.

Dra. Alessandra

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