quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Deficiência mental: entender é sempre o melhor caminho para acabar com o preconceito.

Hoje vamos falar de um tema muito interessante, mas que ainda causa muito susto e preconceito, a deficiência mental.

Também chamada retardo mental ou deficiência intelectual, este último, o mais atual e considerado o mais adequado desde 2004 quando a Organização das Nações Unidas recomendou a utilização deste termo, a deficiência intelectual (DI) pode ser definida de acordo com o DSM – IV, que é o manual de doenças psiquiátricas da Academia Americana de Psiquiatria, como a pessoa que tem um “funcionamento intelectual significativamente inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos comunitários, autossuficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança”. 

A DI é um dos transtornos neuropsiquiátricos mais comuns em crianças e adolescentes. A taxa de prevalência tradicionalmente citada é de 1% da população jovem, porém alguns autores mencionam taxas de 2 a 3%. Há um consenso geral de que a DI é mais comum no sexo masculino, achado este atribuído às numerosas mutações dos genes encontrados no cromossomo X.

As crianças acometidas muitas vezes apresentam-se com queixa de atraso na fala/linguagem, alteração do comportamento, ou baixo rendimento escolar.

A DI possui muitas etiologias (causas) diferentes e pode ser vista como uma via final comum de vários processos patológicos que afetam o funcionamento do sistema nervoso central.

O diagnóstico de DI é definido com base em três critérios: início do quadro clínico antes de 18 anos de idade; função intelectual significativamente abaixo da média, demonstrada por um quociente de inteligência (QI) igual ou menor que 70; e deficiência nas habilidades adaptativas em pelo menos duas das seguintes áreas: comunicação, autocuidados, habilidades sociais/interpessoais, auto orientação, rendimento escolar, trabalho, lazer, saúde e segurança. O QI normal é considerado acima de 85 e só o psicólogo pode realizar essa testagem formal.

Os testes do QI são mais válidos e confiáveis em crianças maiores de 5 anos, e por isso muitos profissionais preferem termos alternativos à DI, tais como atraso do desenvolvimento, dificuldade do aprendizado ou deficiência do desenvolvimento.

Além disso, como os testes do QI nem sempre estão disponíveis, há uma tendência natural a utilizar os termos atraso do desenvolvimento e DI como sinônimos, mas é preciso ter em mente que nem toda criança pequena com retardo na aquisição dos marcos do desenvolvimento terá DI quando testada formalmente em uma idade maior.

Embora esse diagnóstico tenha um impacto importante e ainda gere muito preconceito, a realização de um diagnóstico preciso é o primeiro passo para uma condução adequada do caso, com a reabilitação própria e os direitos que a criança deficiente tem perante a lei.

Na próxima semana, continuaremos falando desse assunto.

Um abraço.
Dra. Alessandra

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