terça-feira, 2 de março de 2010

ESTIMULAÇÃO NA INFANCIA: A IMPORTÂNCIA DO ESTÍMULO PRECOCE PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento pleno das potencialidades de todas as crianças. Especialmente no primeiro ano de vida, o cérebro passa por inúmeros processos de amadurecimento que repercutirão por toda a vida.
Sabe-se que o cérebro infantil, apresenta algumas peculiaridades em relação ao do adulto, dentre elas sua maior capacidade de regeneração e uma maior capacidade de adaptação. É como se o sistema nervoso infantil fosse uma pedra bruta que aceita qualquer tipo de lapidação. Quanto mais delicada for essa lapidação, melhor o desenvolvimento de suas capacidades. A esse processo de regeneração e desenvolvimento cerebral, dá-se o nome de plasticidade neuronal.
A plasticidade neuronal fundamenta e justifica a estimulação plena das crianças precocemente, visto que nessa idade a resposta é maior que nos outros períodos da vida.
O contato de um bebê com sua família é o primeiro passo a estimulação de seu desenvolvimento. Brinquedos adequados para a idade são muito importantes, mas nada substitui o contato físico da criança com seus pais.
Desde antes do nascimento o bebê reconhece a voz de sua mãe. Por isso, cantar canções de ninar e de acalento acalmam e dão sensação de segurança à criança.
O ato de amamentar, ou para aquelas mães que necessitaram recorrer ao aleitamento artificial, o ato de alimentar seu filho, olhando-o nos olhos, conversando em voz baixa com ele é uma excelente estímulo.
O acompanhamento médico especializado com o pediatra (puericultura) é outro fator fundamental para o cuidado com o bebê. O pediatra acompanhará o desenvolvimento físoco e neurológico da criança referindo-o ao sub-especialista quando necessário.
Crianças prematuras ou que apresentaram sofrimento ao nascimento merecem cuidados redobrados no seu acompanhamento, por vezes necessitando do seguimento neuropediátrico (neuropuericultura) e de outros profissionais da saúde como fisioterapeuta, terapeuta ocupacional (TO) e fonoaudiólogo.
É importante também que a família reconheça os tempos do desenvolvimento neurológico e que perceba que não há rigidez nos marcos. Por exemplo, bebês sentam por volta de 6 meses, porém até 8-9 meses na ausência de outros transtornos neurológicos, é ainda considerado dentro da faixa da normalidade.
Acho que a estimulação precoce é a melhor forma de medicina preventiva em neurologia. Dar a criança a oportunidade de desenvolvimento pleno de suas capacidades é fundamental para um crescimento saudável.
No centro de reabilitação que trabalho em Cotia, temos o Grupo de Intervenção Precoce, que trabalha com bebês ditos de risco (prematuros com peso ao nascimento menor que 1.500g, asfíxicos e bebês com meningite ou convulsão neonatal), onde acompanhamos o desenvolvimento destes atendidos em equipe multiprofissional (Neuro, fisio, fono, TO e psicologia) e iniciamos abordagem terapêutica caso seja observado qualquer atraso.
Na próxima semana, falaremos sobre os marcos do desenvolvimento neurológico e o trabalho de estimulação precoce desenvolvido na APAE – Cotia.

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