terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Transtorno de aprendizagem não verbal - TANV

Hoje vamos conversar sobre um diagnóstico pouco conhecido, mas que pode explicar várias dificuldades acadêmicas, o Transtorno de aprendizagem não verbal - TANV.

Essa terminologia foi proposta para descrever um grupo de pacientes com disfunções nas capacidades não verbais em combinação com contato visual pobre, comunicação gestual, expressão facial e prosódia prejudicadas. Essa é uma proposta baseada principalmente nos perfis neuropsicológicos.

Do ponto de vista acadêmico, crianças com TANV apresentam dificuldades na compreensão da leitura, nos conceitos matemáticos, na resolução de problemas, na teoria e nos conceitos científicos.

Conceitos mais concretos são entendidos sem dificuldades, entretanto quando requerem uma análise mais complexa, há comprometimento na compreensão.

Observam-se, ainda, dificuldades no relacionamento e interação social, porém com recursos verbais e de memória preservados.

As principais características do quadro são: problemas de organização viso-espacial (dificuldade em distinguir as diferenças entre formas, tamanhos, quantidades e comprimentos); dificuldades psicomotoras, (ex. para aprender a andar de bicicleta, para amarrar os cadarços dos sapatos); dificuldades em compreender linguagem corporal e expressões faciais.

O diagnóstico do TANV é clínico, e deve ser realizado por equipe multidisciplinar através de avaliação neuropsicológica e fonoaudiológica. A avaliação médica pode ser necessária para afastar outras possibilidades diagnósticas, como o transtorno do espectro do autismo.

O tratamento é a intervenção psicoterápica, especialmente a linha Cognitivo Comportamental (TCC) que permite o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento e de habilidades sociais.

Um abraço
Dra Alessandra

Para conhecer mais sobre o assunto sugiro a leitura do artigo Mercadante MT et al. (2006). Transtornos invasivos do desenvolvimento não-autísticos: síndrome de Rett,

transtorno desintegrativo da infância e transtornos invasivos do desenvolvimento sem outras especificação. Revista Brasileira de Psiquiatria, 28 (Supl. I): 12-20.

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