Texto da Neuropsicóloga Melanie Mendoza
Publicado no blog Verdade Dura e Crua
Nas últimas semanas coloquei a questão do uso de
psicofármacos. Abordei este assunto porque ele também diz respeito à
deficiência.
Existe uma crença irracional e bastante disseminada de que
crianças e adolescentes com uma
deficiência não podem ter um transtorno de outra ordem. Por exemplo, quem tem
Paralisia Cerebral não pode ter TDAH ou quem tem mielomeningocele não pode ter
autismo, ou quem tem autismo não pode ter Transtorno de Pânico.
A literatura internacional diz exatamente o contrário,
pessoas com quadros que podem afetar a mobilidade e/ou comportamento estão mais
propensos a problemas de saúde mental e prejuízos cognitivos específicos de
diversas naturezas.
Profissionais de reabilitação tem de fazer um duríssimo
trabalho de sensibilização para a aceitação de mais um diagnóstico, sem que
ocorra uma crise familiar ou institucional. Isso porque sem um diagnóstico não
pode se implementar uma conduta psicoterápica, medicamentosa ou de treino
cognitivo.
O tratamento para o sofrimento e prejuízo de pacientes idosos,
adultos ou crianças é assegurado por lei. Eu me pergunto em diversas ocasiões por
que pacientes com deficiência podem de ter este direito negado mesmo quando
existe estrutura para o tratamento?
Será porque eles já cumpriram sua cota na CID? Ou por que
não podemos aceitar um mundo em que crianças e adultos tenham de lidar com mais
de uma limitação?
Eu convido os leitores deste blog a questionarem os
profissionais sobre os recursos para melhoria de qualidade de vida, pois nosso
dever é pensar nas melhores soluções disponíveis.
Um grande abraço,
Melanie Mendoza
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