Os primeiros anos de vida
são fundamentais para o desenvolvimento pleno das potencialidades de todas as
crianças. Especialmente no primeiro ano de vida, o cérebro passa por inúmeros
processos de amadurecimento que repercutirão por toda a vida.
Sabe-se que o sono é
fundamental para que o cérebro descanse e retenha os conhecimentos aprendidos
durante o dia. Por isso, para a criança o sono é mais importante ainda.
A maior parte dos problemas
do sono na criança, são o que chamamos de alterações na higiene do sono, ou seja,
são comportamentais. Mudanças de pequenos hábitos podem ser o suficiente para
resolver um problema que incomoda a família toda.
Durante o sono, existem
ciclos que se alternam sucessivamente. Cada ciclo é composto por uma fase chamada
Não–REM, que apresenta quatro etapas e uma fase chamada REM. No sono de 8 horas
temos 4 a 6 ciclos de sono. Os diferentes distúrbios de sono ocorrem sempre em
um determinado momento do ciclo.
Parassonia é o nome dado as
alterações do sono na infância e dentre as parassonias temos o sonilóquio
(falar no sono), o bruxismo (ranger os dentes), o sonambulismo e o terror
noturno.
O terror noturno é
bastante frequente em crianças, principalmente entre os 2 e os 5 anos de idade.
O quadro se caracteriza
por eventos onde a criança acorda chorando no meio da madrugada., podendo ainda
gritar ou emitir sons sem nexo. Muitas vezes, os pais se deparam com o filho
sentado na cama e de olhos abertos. E o que assusta é que a criança não
reconhece ninguém e não para de chorar ou gritar. É uma cena realmente aterrorizante.
Entretanto, apesar de causar espanto, o terror noturno é uma manifestação
benigna, ou seja, não representa risco para a saúde ou o desenvolvimento da
criança. O estado de transe dura até 15 minutos, sendo muito mais frequente
durar apenas alguns minutos e depois a criança retoma o sono normal.
As parassonias são
causadas por mecanismos ainda não completamente entendidos do processo de
regulação do sono, tendo estreita relação com o desenvolvimento do sistema
nervoso central.
São situações benignas
e autolimitadas, portanto não há necessidade de exames complementares nem de
tratamento medicamentoso ou de outra natureza.
E o que fazer durante o
evento? O ideal é, primeiramente, não tentar acordar a criança. Isso só vai fazer com que os eventos se
tornem mais frequentes e prolongados. Não intervir e deixar que o momento de
transe passe naturalmente e o pequeno volte a dormir é a melhor conduta. E como
evitar os eventos? É muito importante manter uma rotina adequada de sono para
crianças com terror noturno. Isso significa dormir cedo e no horário e reduzir
a agitação antes do sono. Quando a criança chega agitada de
passeios e festas, o risco de apresentar eventos de terror noturno aumenta.
Isso não significa que vamos privá-las desses importantes momentos, somente que
devemos estar atentos e tranquilos para a ocorrência do evento.
Um abraço
Dra Alessandra
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