sexta-feira, 20 de junho de 2014

O Sono Infantil e o Terror Noturno

Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento pleno das potencialidades de todas as crianças. Especialmente no primeiro ano de vida, o cérebro passa por inúmeros processos de amadurecimento que repercutirão por toda a vida.

Sabe-se que o sono é fundamental para que o cérebro descanse e retenha os conhecimentos aprendidos durante o dia. Por isso, para a criança o sono é mais importante ainda.

A maior parte dos problemas do sono na criança, são o que chamamos de alterações na higiene do sono, ou seja, são comportamentais. Mudanças de pequenos hábitos podem ser o suficiente para resolver um problema que incomoda a família toda.

Durante o sono, existem ciclos que se alternam sucessivamente. Cada ciclo é composto por uma fase chamada Não–REM, que apresenta quatro etapas e uma fase chamada REM. No sono de 8 horas temos 4 a 6 ciclos de sono. Os diferentes distúrbios de sono ocorrem sempre em um determinado momento do ciclo.

Parassonia é o nome dado as alterações do sono na infância e dentre as parassonias temos o sonilóquio (falar no sono), o bruxismo (ranger os dentes), o sonambulismo e o terror noturno.

O terror noturno é bastante frequente em crianças, principalmente entre os 2 e os 5 anos de idade.

O quadro se caracteriza por eventos onde a criança acorda chorando no meio da madrugada., podendo ainda gritar ou emitir sons sem nexo. Muitas vezes, os pais se deparam com o filho sentado na cama e de olhos abertos. E o que assusta é que a criança não reconhece ninguém e não para de chorar ou gritar. É uma cena realmente aterrorizante. Entretanto, apesar de causar espanto, o terror noturno é uma manifestação benigna, ou seja, não representa risco para a saúde ou o desenvolvimento da criança. O estado de transe dura até 15 minutos, sendo muito mais frequente durar apenas alguns minutos e depois a criança retoma o sono normal.

As parassonias são causadas por mecanismos ainda não completamente entendidos do processo de regulação do sono, tendo estreita relação com o desenvolvimento do sistema nervoso central.

São situações benignas e autolimitadas, portanto não há necessidade de exames complementares nem de tratamento medicamentoso ou de outra natureza.

E o que fazer durante o evento? O ideal é, primeiramente, não tentar acordar a criança. Isso só vai fazer com que os eventos se tornem mais frequentes e prolongados. Não intervir e deixar que o momento de transe passe naturalmente e o pequeno volte a dormir é a melhor conduta. E como evitar os eventos? É muito importante manter uma rotina adequada de sono para crianças com terror noturno. Isso significa dormir cedo e no horário e reduzir a agitação antes do sono. Quando a criança chega agitada de passeios e festas, o risco de apresentar eventos de terror noturno aumenta. Isso não significa que vamos privá-las desses importantes momentos, somente que devemos estar atentos e tranquilos para a ocorrência do evento.

Saber que não há nada de errado com seu filho, que esses eventos, apesar de assustadores, não fazem mal e vão melhorar com a idade acalma os pais e os ajudam a passar por isso com maior serenidade

Um abraço
Dra Alessandra

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Eu acho que a infância é, sem dúvidas, a melhor fase da vida. Onde tudo é lúdico e onde a vida ainda é mais diversão do que obrigação....